Entro no táxi e o motorista encapsulado em suas limitações humana inicia um monólogo.
Ouço atenta as observações que tinham como tema as eleições de outubro para Prefeitura de Maceió.
A conversa do homem que dirigia o táxi era demarcada pela acidez . Palavras, como prateleiras envidraçadas d’onde visualizava-se o preconceito riscando o chão, demarcando o território da “ normalidade”. Tomando corpo do apartheid social.
O homem versava sobre a sexualidade dos candidatos, assegurando que não votaria em candidatos que não fossem homens de “verdade”.
E tem mais- afirma o homem: Eu não sou homofóbico!
O monólogo perde seu efeito, quando me avexo a entrar na conversa asseverando-lhe que não é a sexualidade das pessoas que define a competência administrativa.
Ele não me ouve e arrasta-se em emitir opiniões e suas pretensões hegemônicas:
E essa politica de direitos humanos. Quem inventou atrapalhou a vida dos homens de bem. Proteger bandido! Onde já se viu?
O homem carrega armas viscerais em seu discurso repleto de dogmas. Traduz a visão hegemônica do estado, que ao ignorar as diferenças sociais naturaliza a segregação e o fomento do ódio entre os ditos diferentes.
Alagoas é o estado onde se mais mata homossexuais no Brasil e qual é mesmo a Política de Estado que existe para o combate a homofobia?
Alguém responde?