A mudança no Comando da Polícia Militar parece ter agradado as associações de militares em Alagoas. Isto porque o antigo comandante coronel Luciano Silva parece não ter uma boa imagem diante da tropa, devido sua conduta considerada autoritária no que diz respeito à forma que conduzia a corporação.
Falta de diálogo, perseguições, regime ditatorial. Essas são algumas das classificações que os oficiais dão, insatisfeitos, ao coronel que assumiu como comandante-geral da PM em 1º de fevereiro de 2011, no lugar de coronel Dalmo Sena. Uma nova mudança nos cargos de segurança, e que deve ser anunciada oficialmente pelo governador de Alagoas, Teotônio Vilela Filho, amanhã durante o lançamento do Plano de Segurança, traz como o novo comandante, o coronel Dimas Cavalcante, irmão do atual secretário de Estado da Defesa Social, coronel Dário César.
Em entrevista ao CadaMinuto, Major Fragoso – que atualmente segue licenciado da presidência da Associação dos Oficiais Militares de Alagoas (Assomal) – mostrou confiança de que a alteração na corporação traga benefícios e a crença de que o novo comando tenha outro lema diante da tropa.
“O que todos os policiais desejam é que o comando tenha uma nova filosofia, proporcionando uma relação de harmonia, onde o diálogo prevaleça, que tenha um espírito de liderança e seja o elo de ligação entre a Polícia e o Governo, nas principais negociações do pleito dos servidores da segurança”, colocou.
A insatisfação com a antiga gestão é visível entre os oficiais que, segundo Fragoso, tiveram momentos de um regime de ditadura e perseguições. “O coronel Luciano sempre causou a desarmonia entre os militares. Ele tinha uma forma de comandar para ele, não dialogava e tampouco mostrava interesse em ouvir o grupo. As decisões devem ser tomadas em conjunto, o que não acontecia anteriormente. Até mesmo coronéis se mostraram revoltados e chegaram a ir ao Palácio pedir ao governo a mudança do comandante”, relembrou Major Fragoso, que vislumbra um novo momento da Segurança Pública, principalmente com o Plano que será lançado amanhã.
No entanto, é com ressalvas que o oficial interpreta o pacote de ações que devem ser implantadas em Alagoas, com o objetivo de combater os altos índices de criminalidade. Ele acredita que não adianta apenas investir em material, quando o mais importante é tratar com valorização o corpo físico, ou seja, os policiais militares.
“O que estamos vendo é um plano repleto de estrutura, como coletes, equipamentos eletrônicos, mas será que eles pensaram na parte humana da questão? Homens da Força Nacional devem chegar ao Estado e enquanto eles ganham um bom salário, os daqui continuam lutando pelos reajustes. É preciso pensar em valorizar a tropa, para que não precise fazer ‘bicos’ e tampouco sejam corrompidos facilmente. É preciso dar dignidade aos policiais”, finalizou o major.
Mudanças no Diário Oficial do Estado
A mudança na Cúpula da Segurança Pública de Alagoas já está publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) desta terça-feira (26). Por meio de decretos, o governador de Alagoas, Teotônio Vilela Filho, exonerou – a pedido, coronel Luciano Antônio Silva, do Comando da PM. Quem assume agora é Dimas Barros Cavalcante, antigo subcomandante-geral. Já na direção-geral da Polícia Civil, quem assume no lugar de José Edson de Medeiros Freitas Júnior é Paulo Cerqueira, antes secretário-adjunto.
