Visado após a repercussão do assassinato do executivo da Yoki Marcos Matsunaga, morto e esquartejado pela mulher Elize, o condomínio onde vivia o casal, na Vila Leopoldina, zona oeste da capital paulista, retirou de sua fachada o nome que o identificava. O R7 esteve no local na última quinta-feira (14) e constatou que a inscrição “Condomínio Residencial Roma” havia desaparecido.
Um morador, que preferiu não se identificar, comentou que após a divulgação do caso, houve reforço na segurança do prédio, com a instalação de mais câmeras e com maior rigor na entrada de visitantes.
Este mesmo morador contou que o edifício, cenário do crime, tem atraído a atenção de curiosos. Ele diz ter flagrado uma pessoa parar o carro e sair do veículo para fotografar o prédio. Segundo ele, a revelação do assassinato surpreendeu moradores do condomínio, até porque, muitos sequer conheciam o casal Matsunaga.
No bairro, o assunto ainda provoca perplexidade. Além do assassinato e do esquartejamento de Marcos, o gosto dele por armas também surpreendeu, segundo a proprietária de um restaurante que era frequentado pelo casal, Sônia Maria de Souza, 61 anos.
— A gente não imagina que uma história macabra está tão perto. E, pela forma como ele se apresentava, a gente nunca ia saber que era um cara capaz de fazer isso... Tanta arma no apartamento dele, isso apavorou muita gente. Ninguém desconfiava.
De acordo com ela, clientes do restaurante que moram no prédio onde vivia o casal teriam ficado chocados.
— Fiquei sabendo do caso pela televisão. Nunca imaginei que isso podia acontecer. Chocou todo mundo. Surpreendeu o pessoal do bairro. Lá no prédio, há clientes minhas. No início todo mundo ficou apavorado.
Discretos e educados
A empresária Virgínia Maria de Souza, de 51 anos, que também trabalha no restaurante, descreve Marcos e Elize como um “casal super simples e educado".
— Era um casal super simples. Um empresário, bem vestido, bem conversado, inteligente. Ela é uma pessoa simples e parecia ser inteligente. Tratavam as pessoas bem. Eram educados
Sônia, que está há 17 anos no bairro, faz avaliação semelhante sobre Marcos. Segundo ela, o empresário frequentava o restaurante há mais ou menos dois anos.
— Ele vinha comer e, às vezes, levava comida também. Era simpático, calmo, educado. Não era de conversar muito. Ele entrava, pegava a comida dele, agradecia e ia embora.
Já Elize, de acordo com a proprietária do estabelecimento, era “calada e reservada”.
— Sentava quietinha, comia e ele [Marcos] agradecia por ela.
As mesmas características foram mencionadas pelo manobrista do salão frequentado pela mulher do executivo da Yoki, Marcos Aurélio Oliveira, de 32 anos.
— Ela era muito reservada, na dela. Se ela tinha um problema, guardava para ela, porque não era muito de conversar.
Segundo ele, Elize “aparentava ser uma pessoa normal”.
— Não demonstrava nenhum tipo de agressividade. Ela tinha um jeito de menina. Era educada, me cumprimentava, “bom dia, boa tarde, boa noite”. A gente fica pasmo. Pelo jeito dela, não dava para imaginar que seria capaz de fazer o que fez.
O caso
Segundo o depoimento na polícia, Elize Matsunaga matou o marido em meio a uma discussão por ciúmes. Depois de atirar na cabeça de Marcos, ela teria levado o corpo para um quarto de hóspede, onde ele ficou por dez horas. Depois, já rígido e com o sangue coagulado, a mulher o teria esquartejado e distribuído seus pedaços em três malas. Os restos do empresário foram abandonados em uma estrada de Cotia, na Grande São Paulo.