Dia da Libertação da África e a moça branca formada nos estudos e pesquisas científicos sobre aos três séculos de colonização nas terras de Cabral interpreta a lição, intrinsecamente, herdada faz mais de 124 anos e abarca conceitos da hierarquia cultural da escravocracia no me ensinar o que sou: Você não é movimento negro é apenas uma mulher negra que desenvolve um trabalho. Uau!
Engulo a voracidade gutural de lançar palavras ásperas para a moça branca da academia que define e estigmatiza algo que se reflete em minha pele desde que nasci.
A moça não percebe que movimento vai mais além do que estar no compadrio do grupo ou em partidos políticos.
Movimento é avançar, é ousar é seguir adiante apesar das correntes e do fogo amigo.
Movimento é pensar o passado para entender o presente. É entender que o presente tem que avançar, com o olho no futuro.
Causa um tremendo incomodo ao universo paramentado de mucamas da moça branca a atual , sensível e inabalável certeza na qual acredito: missão é algo para ser cumprindo, independente do social e político aparato coercitivo e repressivo.
A escravidão é a máquina da produção nos diz o jornalista Luis Mir, em seu livro Guerra Civil- Estado e Trauma.
Vi uma frase em um para-choque bem interessante que repasso para moça: Falar de mim é fácil. Difícil é ser como sou. Entendeu?
A modéstia minha hoje deu uma grande trégua.
E a moça sem saber que a roda sempre gira continua rescrevendo a história com a caneta da redentora.
Que o toque de meu pai Xangô seja a grande benção da caminhada.
Agô meu pai!