Um dia após o prefeito de Rio Largo Toninho Lins ter se apresentado à Justiça, novas denúncias surgem contra o gestor. Na manhã desta quarta-feira (23), representantes do Movimento contra a corrupção e violência no município protocolaram no Ministério Público documentos que comprovariam irregularidades desde o início da gestão de Toninho.
A contratação de uma empresa com a dispensa de licitação é o carro-chefe das denúncias. De acordo com Kleber Malaquias de Oliveira, empresário e membro do Movimento, a Tavares e Souza, empresa de contabilidade, recebe R$ 45 mil mensais da prefeitura de Rio Largo para organizar a folha de pagamento dos servidores.
“Primeiro, que o próprio setor da prefeitura já faz isso sem necessidade de empresa. Outra coisa curiosa é que essa mesma empresa já havia sido denunciada pelo Toninho, quando ele era vereador. Ele procurou o Ministério Público para denunciar que a Tavares e Souza recebia R$ 7 mil na época que a prefeita era a Vânia Paiva”, colocou Oliveira.
A denúncia, que foi protocolada hoje, já havia sido apresentada há três anos ao Tribunal de Contas do Estado. “Não tivemos nenhuma resposta, então decidimos fazer novamente esse procedimento. Hoje, pedimos que o material fosse apresentado ao procurador-geral, Eduardo Tavares, e também ao Gecoc”, finalizou.
Além das supostas irregularidades na contratação da Tavares e Souza, o Movimento denunciou ainda o uso de laranjas em negociações da prefeitura, dispensa de licitação para a merenda escolas e locação de veículos fantasmas.
Prisão
Toninho Lins está preso desde ontem na Academia da Polícia Militar, no bairro do Trapiche, em Maceió. O prefeito teve a prisão decretada por suspeita de envolvimento em um esquema de venda ilegal de terrenos. Uma área que valeria R$ 21 milhões foi desapropriada e vendida por apenas R$ 700 mil.
A Justiça também decretou a prisão preventiva de 10 vereadores de Rio Largo, sete deles foram detidos, mas dois já estão em liberdade.