Descontos obrigatórios para ex-gordinhos?

15/05/2012 11:36 - Adrualdo Catão
Por Adrualdo Catão

Começa com desconto para estudantes. Depois vêm os descontos para idosos. Fila especial para grávidas. Evolui para cotas sociais. Então o racialismo impõe benefícios raciais.

Pensou que era só isso? Você não perde por esperar!

Leia essa notícia!

Lei quer desconto em restaurantes para quem fez redução de estômago
Projeto será votado pela Câmara dos Vereadores nesta segunda-feira (7).
Proposta divide opiniões de moradores que passaram pela cirurgia.

Do G1 Campinas e Região

Um Projeto de Lei que obriga os restaurantes e bares a oferecerem 50% desconto para pessoas que tenham passado por algum tipo de cirurgia de estômago entra em segunda votação nesta segunda-feira (7), na Câmara dos Vereadores de Campinas (SP). A proposta é de autoria do vereador Francisco Sellin (PMDB) e, de acordo com ele, a posição da Câmara deve se mostrar favorável na votação, mas, na cidade, o projeto divide opiniões.

Segundo o vereador, a proposta surgiu da vivência com pessoas que passaram por operações bariátricas, de redução do estômago. "Ela [a pessoa] não chega a comer metade, então não é justo que pague o preço total", afirma ele. Caso a lei seja aprovada, os estabelecimentos deverão oferecer desconto ou meia-porção para os clientes que provarem através de carteirinha ou atestado médico que passaram pela cirurgia. Além disso, os restaurantes serão obrigados a colocar cartazes em lugares visíveis, informando os clientes sobre o novo direito.

Leia mais aqui.

Comento:

Amigos, esse tipo de coisa nem merece o comentário, mas, vamos lá. Leis particularistas, que não protegem o indivíduo, mas uma classe de pessoas, são, em si mesmas, uma violação à igualdade de tratamento. Quando há uma relevante diferença no indivíduo que mereça tratamento desigual, como no caso de deficientes físicos, por exemplo, o tratamento desigual serve justamente para igualar as pessoas. Então, quando uma lei obriga estabelecimentos a colocar rampas de acesso, ela iguala o tratamento entre deficientes e não deficientes, entre jovens e idosos e por aí vai. Isso sim é isonomia. O problema é que o princípio do “tratar desigualmente os desiguais” está servindo para justificar o tratamento desigual puro e simples.

Quem paga por esses benefícios? Quem paga para estudantes ganharem meia-entrada? Quem paga para o idoso viajar de graça? Quem paga é você, cidadão. O preço é dividido por todo mundo pois, como bem disse Friedman, “não existe almoço grátis”. Mais uma vez eu gostaria de lembrar a esses autoritários que numa democracia livre, preços não são tabelados pelo estado.

São os herdeiros dos fiscais de Sarney... 

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