Após sofrer um atentado no início da semana, a rotina de Gilson Mendonça, gerente geral da Casa de Detenção de Maceió – o ‘Cadeião’ – será alterada. Uma das ações adotadas pela polícia de Alagoas foi, desde o dia da emboscada, reforçar sua segurança e nesta quinta-feira (03), após receber alta médica, o servidor seguiu para um novo endereço e ficará de licença do trabalho no sistema prisional até se recuperar totalmente.

De acordo com a Superintendência Geral de Administração Penitenciária (Sgap), a situação da segurança dos gerentes dos presídios vem sendo intensamente discutidas desde o atentado sofrido por Mendonça, por meio de reuniões com o diretor das unidades prisionais, Luciano Gonçalves.

“Já existe um cuidado com a segurança dos diretores já que este é um trabalho de risco porque eles lidam diariamente com presos, mas com o que aconteceu esta semana, o assunto vem sendo amplamente debatido para que novas ações sejam implantadas, evitando novos casos envolvendo os diretores”, afirmou a assessoria do Sgap.

A licença médica de Gilson Mendonça é de pelo menos trinta dias. Antes de voltar ao trabalho, o servidor deverá passar por uma avaliação médica que irá detectar se está apto e liberado para voltar aos serviços no sistema prisional de Alagoas. Enquanto  isso, além da mudança de endereço, a vítima agora tomará algumas medidas preventivas, como utilizar coletes a prova de bala e só deixar sua residência escoltado por policiais civis.

Gilson Mendonça foi alvo de dois homens numa moto na última segunda-feira, dia 30 de abril, quando seguia para o trabalho, no Conjunto João Sampaio, no Tabuleiro do Martins. Ele estava acompanhado de um motorista num veículo oficial quando, no momento em que passava por uma lombada e precisou reduzir a velocidade, foi abordado pela dupla e alvejado com disparos de arma de fogo. Ele foi atingido por dois tiros, no rosto e no braço e encaminhado a um hospital particular no bairro do Farol, onde foi liberado ontem.

O caso está sob investigação do delegado Robervaldo Davino do 4º Distrito Policial, que já tomou o depoimento da vítima enquanto estava internado no hospital. Como o caso segue mantido em sigilo, as declarações do diretor não foram divulgadas, mas tidas como importantes para o decorrer do processo de investigação. O motorista e outras quatro pessoas já prestaram depoimento.

Em entrevista recente ao CadaMinuto, Davino explicou que não está descartada a possibilidade de que o atentado tenha ligação com o trabalho de Gilson Mendonça.