Falta de estrutura, salários atrasados e falta de efetivo nas ruas. Essas são as principais reclamações de peritos criminais e policiais civis do estado para a elucidação dos crimes. O presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais, Hélio Buchmüller apontou que 90% dos casos de homicídio no Brasil não são esclarecidos a ponto de levar seus autores à condenação.

O presidente disse ainda que a proporção de pessoas que comete homicídios é vinte vezes maior em relação à elucidação dos casos. Ele concorda que há deficiências nas delegacias do país.

O perito criminal da Polícia Civil de Alagoas, Paulo Rogério, confirma que há deficiências, não só no estado, mas em todo o país. "Não há uma política de valorização do profissional, tão pouco estrutura o suficiente para atender a demanda do estado. Hoje o policial não consegue focar em um crime, porque em seguida já é obrigado a estar em outra ocorrência porque não há equipe", afirmou o perito.

Ele explica ainda que aspectos do crime acabam sendo ignorados devido aos problemas de investigação. "Muitas vezes a cena do crime é alterada por desconhecimento e muitos exames deixam de feitos por falta de material ou de profissional capacitado. Hoje falta muito profissional qualificado para essa função", frisou.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol), Josimar Melo, a maioria dos crimes está relacionada com o tráfico de drogas. Ele confirma que falta material e boa vontade do poder público para minimizar a situação.

"Não temos efetivo que atenda a demanda. Vivemos em um caos na segurança pública com aproximadamente 15 homicídios em um único final de semana. Nós trabalhamos arriscando as nossas vidas e não somos valorizados. Os governantes deveriam olhar para a população e não pensar apenas em aumentar o número e os salários dos vereadores", criticou Melo.