Um homem armado com uma faca invadiu o prédio da Defensoria Pública de São Paulo na Avenida Liberdade, no Centro de São Paulo, na manhã desta quarta-feira (25). Segundo a Polícia Militar, o caso aconteceu por volta das 7h45. O homem foi preso.

Dois seguranças que trabalham no prédio da Defensoria Pública ficaram feridos - a PM chegou a informar que o agressor feriu seis pessoas. O caso foi levado para a Central de Flagrantes no 8º Distrito Policial, no Brás.

Defensoria
De acordo com a assessoria de imprensa da Defensoria Pública, um homem entrou no hall de atendimento ao público, no andar térreo, bastante exaltado segurando uma faca e um martelo. Dois seguranças desarmados de uma empresa terceirizada estavam no local. A Defensoria estava aberta desde as 7h para atender pessoas que procuravam o órgão pela primeira vez.

Em seguida, segundo a assessoria, o rapaz agrediu um dos seguranças, que caiu no chão ensanguentado. Um outro segurança e pessoas que aguardavam o atendimento tentaram deter o agressor. O segundo segurança também foi ferido levemente. O homem acabou desarmado e imobilizado até a chegada da Polícia Militar, que o prendeu.

Segundo a Defensoria, os dois seguranças foram socorridos - o primeiro a ser atacado pelo homem ficou gravemente ferido.O órgão informou ainda que o agressor já havia sido atendido pelo Defensoria Pública anteriormente.

Por causa do ataque, o atendimento chegou a ser suspenso. Por volta das 9h45, o atendimento era normal no prédio. Entretanto, a triagem que era feita no térreo passou a ser feita no primeiro andar - o térreo continuava isolado. A assessoria também não soube informar se no local há câmeras de seguranças que registraram a confusão.

 

Polícia Militar
Procurado para comentar o assunto, o tenente Hugo Silva Neto, comandante do pelotão do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar na região central da capital, informou que dois policiais militares e os dois seguranças feridos imobilizaram o agressor.

“O homem gritava: 'fui injustiçado pela Defensoria' quando foi preso. Ele entrou no local com faca de cozinha e martelo. No lugar não há detector de metais. Os seguranças tentaram contê-lo e foram feridos. Depois chamaram a PM. Com o auxilio de outros seguranças, policiais militares o detiveram", afirmou o tenente Silva Neto ao G1.

De acordo com o tentente da PM, os dois seguranças foram feridos com golpes de martelo na cabeça. "Um dos seguranças continua internado, o outro foi liberado. Ainda não temos o nome do agressor". O suspeito tem 37 anos.

Testemunhas que estavam na Defensoria Pública no momento do ataque disseram que o homem buscava vingança. “Ele gritava ‘eu fui traído aí dentro, eu só fiz isso porque eu fui traído aí dentro’”, contou a atendente de telemarketing Eliana Santos de Jesus, de 28 anos. Ela chegou ao prédio por volta das 7h para ser testemunha em um caso e contou que tudo estava calmo até que as pessoas começaram a correr e gritar que havia uma bomba no local. “Corri para ver o que estava acontecendo. Quando cheguei, o segurança já tinha levado uma martelada na cabeça. O outro [segurança] estava com a testa aberta, saindo sangue também. E o homem estava gritando. Três seguranças tentaram segurá-lo. Chegaram a tirar a calça dele, mas não conseguiram segurá-lo”, disse.

Segundo as testemunhas, o homem só foi contido após a chegada de dois policiais militares que passavam pelo local e foram chamados por pessoas que estavam no prédio. O funcionário público Edmilson Rodrigues Mota, de 49 anos, estava do lado de fora do prédio e viu quando o primeiro segurança foi agredido.

“Só vi uma mochila caindo nos meus pés e o rapaz entrou , agrediu o segurança, deu uma martelada na cabeça e ele desmaiou. Depois o rapaz foi lá para dentro. Foi uma correria, todo mundo gritando que era tiro”. O funcionário público contou que um homem conseguiu dominar o agressor. Entretanto, quem estava no prédio tentou apartar os dois e o suspeito rasgou a roupa do homem. “Ele estava revoltado com alguém aqui dentro. Ele veio se vingar de alguém”, comentou.