A ação de ‘censura’ protagonizada por policiais militares durante um protesto de estudantes no município de Palmeira dos Índios na última sexta-feira (20) foi alvo de críticas pela reitoria da Universidade de Ciências da Saúde (Uncisal), que encaminhou uma nota oficial ao CadaMinuto, portal que denunciou ontem o abuso de autoridade.

De acordo com a nota, a atitude do tenente-coronel Nascimento, comandante do Batalhão de Palmeira, que aparece no vídeo divulgado pelos estudantes, é antidemocrática, já que a manifestação acontecia de forma pacífica reivindicação melhores condições de ensino. O repúdio foi formalizado ao governador Teotônio Vilela Filho e ao Comando da Polícia Militar de Alagoas.

Segue a nota

“A Uncisal vem a público lamentar e repudiar os fatos ocorridos na cidade de Palmeira dos Índios, quando seus alunos, em movimento pacífico de reivindicação por melhores condições de ensino foram assediados moralmente, com atitudes de abuso de poder e antidemocráticas, por parte de componentes da Polícia Militar. Este fato é incongruente com o estado de liberdade e democracia que está garantido pela Constituição brasileira. A Gestão da Universidade formalizou ao Governador e ao comando da Polícia Militar o repúdio às atitudes de desrespeito aos direitos civis dos brasileiros em especial aos alunos da Uncisal.”

"Isso é um monólogo. Eu falo e você escuta", diz capitão

Durante a inauguração pelo Governo do Estado de mais uma obra do federal em Palmeira dos Índios, referente ao programa “Minha Casa MinhaVida”, estudantes da Uncisal protestaram com faixas e nariz de palhaço, pela situação da unidade de ensino, que está em greve e foram repreendidos por policiais que teriam censurado o manifesto.

Um vídeo produzido pelo grupo de estudantes que foi vítima da ação policial, mostra uma das estudantes questionando a prisão de um colega, que ainda segurava o nariz de palhaço. Nas imagens, o responsável pela guarnição da segurança do evento, tenente-coronel Nascimento, afirmou que o local não se tratava de um picadeiro para os estudantes estarem usando nariz de palhaço.

Questionado sobre o direito de democracia, o militar afirmou que existia democracia, mas não iria compactuar com a possível “anarquia“ dos estudantes. O tenente-coronel Nascimento ainda pediu que a jovem não questionasse ou o respondesse, que poderia ir juntamente com o colega para a delegacia.

O jovem que havia sido preso, questionou o militar se o fato de estar portando faixas e o nariz de palhaço era crime, e ouviu uma resposta taxativa do militar. “Isso não é um diálogo. É um monólogo, eu falo e você escuta”.

Nascimento ainda foi informado que tudo que estava falando estaria sendo filmado, mas não pareceu se incomodar com a situação e logo em seguida deixou o local, sem mudar de opinião, mantendo assim, as faixas e narizes de palhaço apreendidas, assim como o jovem foi recolhido e posteriormente liberado na delegacia local.

Veja abaixo o vídeo: