O poder tudo pode?

24/04/2012 10:36 - Raízes da África
Por Arísia Barros

Era uma segunda-feira, 23 de abril, dia de Jorge, o santo guerreiro e que em diversos cultos das religiões afro-brasileiras é sincretizado na forma de Ogum.
O parlamentar ,portando um paletó de político das Alagoas, eleito pelo povo, chegou à porta da sala do Palácio do Governo que recebe o nome de um dos mais expressivos símbolo da emancipação negro-africana no mundo, o revolucionário Quilombo dos Palmares, abrigo de Zumbi e tant@s e muit@s heróis /heroínas negr@s e inquiriu a moça que,valentemente, guardava a entrada para impedir a entrada dos não-convidados: O que vai acontecer aí dentro? E a moça transvestida de guardiã ,educadamente afirmou que aconteceria uma reunião do movimento negro de Alagoas com a ministra da igualdade racial.
O parlamentou não se intimidou e como se o convite tivesse sido formulado retrucou peremptório:então eu vou entrar e entrou na sala da reunião do Palácio República dos Palmares, localizado no centro da capital alagoana.
O cabra entrou e dominou a reunião, falou,falou, falou e falou sem cronômetros, elevando o patamar de excelência da sua condição de autoridade, subtraindo o tempo que, de inicio seria do movimento negro.
O discurso do parlamentar foi atentamente ouvido por todos os presentes sem réplicas, nem tréplicas e o espaço para os representantes do movimento negro foi se apequenando sem incômodos ou protestos.
Alagoas é assim: manda quem pode, obedece quem tem juízo e enquanto isso a gente faz de conta que é movimento e continua parado diante do poder.
O poder tudo pode?
 

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