A família do agente da Polícia Civil, José Wilson Barboza Magalhães Júnior continua aguardando a autorização para sair do Estado, após pedido do Ministério Público (MP). O policial denunciou um suposto complô para matá-lo, devido a um relatório que apontaria o
envolvimento de autoridades policiais, membros do Judiciário e do próprio MP em irregularidades e crimes como tortura de presos.
A esposa do agente, Samyra Magalhães procurou o Cadaminuto para relatar a angústia pela qual vem passando, já que José Wilson está no programa de proteção a testemunhas e recebe segurança individualizada desde o ano passado. Márcia Buarque, mãe do policial, já havia denunciado as ameças de morte que vem sofrendo vindas de telefonemas anônimos.
Samyra explicou que o caso do marido passou a ser acompanhado pelo procurador-geral do MP, Eduardo Tavares, que inicialmente criou uma comissão formada por promotores que se recusaram a receber os documentos apresentados pelo agente. Ela afirmou que homens armados já rondaram o condomínio onde mora o casal.
“Foram formadas duas comissão pelo MP e após as investigações feitas pela segunda delas, começou a perseguição. Forjaram que meu marido era esquizofrênico e também que o preso Cícero Aquino, que foi torturado para incriminar a promotora Marluce Falcão e o pastor Saulo no caso Gil Bolinha, denunciado pelo meu marido, nunca existiu”, contou ela.
Segundo Samyra, o preso torturado foi transferido para Recife. A acusação, principalmente contra Marluce Falcão foi motivada, de acordo com a esposa do policial, porque a promotora estava no caso do sequestro do professor Vilmar Inácio Scherer, arquitetado supostamente
pelo ex-delegado-geral da Polícia Civil, Marcílio Barenco.
“Foram lá buscar uma assinatura dele atestando que não houve agressões, só que existem várias entradas do preso no HGE. No caso de tortura, mesmo se a pessoa negar e houver prova é configurado o crime. Entre os crimes praticados pelas autoridades que constam no dossiê feito pelo marido, estão exploração de jogos de azar e recebimento de propina de donos de bingos”, contou.
Segurança individualizada
Segundo ela, o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos, presidido por Everaldo Patriota tem sido omisso quanto à transferência de sua família para fora de Alagoas. Samyra disse que a alegação é que é necessária a avaliação do pedido pelo Conselho de Segurança
(Conseg).
Samyra contou ainda, que a segurança só é dada durante o dia e que no início, os policiais chegavam em sua residência sem armas e coletes. Para ela, o objetivo é retardar a ida de José Wilson a Brasília, onde ele deve apresentar o relatório aos tribunais superiores. Ela informou que vai pedir ajuda aos deputados estaduais.
“Estão obstaculizando nossa saída do Estado. Na hora do almoço os policiais que fazem a segurança precisam se dirigir ao quartel, deixando nossa casa desguarnecida, porque o comando da PM afirmou não haver como levar comida para eles. Mentiram dizendo que minha família tem segurança 24h, feita por quatro policiais, mas só são dois e apenas durante o dia”, lamentou.
Casa de Custódia
A esposa do policial reforçou as denúncias contra Murilo Moura e Maria Goretti, que fazem parte da direção da Casa de Custódia e seriam coniventes com as torturas, além de receberem, irregularmente, diárias e fraudarem a compra de alimentação para os presos.
“Nos dias ímpares a Goretti recebe diárias, já o Murilo recebe nos dias pares, mas, nesse período, eles também recebem diárias como se estivessem em Recife. Mesmo com as denúncias eles nunca foram afastados. Um policial chamado Marcos Bartolomeu, responsável pelo transporte de alimentos aparece no caso do sequestro ao professor e de tortura, ele cometeu vários crimes. No café da manhã, a Goretti diz que existem 80 presos, quando só são 30. Um pão sai por R$ 3,00, chega comida demais, que vai para o lixo ”, afirmou.

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