Em cumprimento a um mandado expedido pelo juiz Maurício Brêda, a Polícia Civil de Alagoas, juntamente com peritos do Instituto de Criminalística (IC) e do Instituto Médico Legal (IML), realizou, na manhã desta terça-feira (27), uma nova escavação na busca pelo corpo da jovem Luana Fernandes dos Santos Paixão, 22 anos.
Desaparecida desde fevereiro de 2009, Luana residia com Cilene de Souza Santos, que é apontada pela família como responsável pelo sumiço da jovem. As novas buscas foram feitas na casa de nº 8, na Rua Paulo VI, nas proximidades do terminal de ônibus do Graciliano Ramos, parte alta da capital, e foram comandadas pelo delegado Denisson Albuquerque, do 7º Distrito Policial.
Segundo a autoridade policial, a nova escavação foi feita na calçada da residência, onde existe uma fossa, e acompanhada também por Cilene. “Desta vez a determinação partiu da Justiça. Já havíamos escavado no quintal e dentro de casa e hoje novamente não encontramos nada”, disse Albuquerque, que segue investigando o desaparecimento.
Em maio do ano passado, a polícia fez a primeira escavação na residência, que foi determinada pelo juiz Rodolfo Osório Gatto, por meio de um mandado de busca e apreensão atendendo um pedido da Polícia Civil de Alagoas.
Já em novembro, mesmo sem localizar o corpo de Luana Fernandes, a Polícia Civil prendeu a namorada da jovem Cilene de Souza, cumprindo um mandado judicial. Ela prestou depoimento ao e em seguida foi encaminhada para a Casa de Custódia, no bairro do Jacintinho.
“Foi uma prisão temporária de 30 dias, prorrogada por mais 30, a pedido do Ministério Público Estadual. No entanto, apesar das acusações contra Cilene, desde o início das investigações ela vem ajudando. Em depoimentos, ela disse à polícia que não tem envolvimento no sumiço e que já havia um bom tempo que não via a namorada, pois estavam brigadas. Como não encontramos obstáculos com ela, não veja a necessidade de mantê-la presa, já que tem residência fixa e está contribuindo com o trabalho policial”, finalizou o delegado.
Últimos passos de Luana antes de desaparecer
Na época das escavações, o pai da jovem, Francisco Fernandes, contou a imprensa que Luana Fernandes residia com os avós no Jardim Acácia, no bairro da Pitanguinha, até começar um relacionamento amoroso com Cilene de Souza.
As duas decidiram morar juntas, o que, num primeiro momento, chocou a família de Luana. Aos poucos o relacionamento foi aceito. Francisco Fernandes disse ainda que mantinha uma relacionamento aberto com a filha e não vê motivos para o seu desaparecimento.
As buscas por Luana dos Santos tiveram início em 03 de fevereiro de 2009. A jovem foi vista pela última vez ao deixar a residência dos avós. “Eles disseram que minha filha esteve lá e disse que ‘ia ali e voltava já’, e até hoje não temos notícias dela. Vivemos uma angústia sem fim”, desabafou.
A família da jovem questionou por diversas vezes Cilene sobre o sumiço. “Toda vez que a procurávamos ela dizia que não sabia de nada. Não disse uma resposta concreta. Agora está nas mãos da polícia para investigar”, relatou o pai de Luana.
Cilene se defendeu, afirmando que o relacionamento com a jovem era tranquilo. “Tudo estava muito bem, não tínhamos problemas, nenhuma briga”. Documentos, roupas e outros pertences de Luana foram encontrados na casa da ex-companheira.
“Não esperava essa denúncia. Gostava dela e não teria coragem nem motivo de fazer nada com ela. Tenho minha consciência limpa”, afirmou Cilene, sobre as escavações que estão acontecendo em sua residência. Ela afirmou ainda que na época do desaparecimento chegou a prestar depoimento sobre o caso.
Segundo apurado pelo CadaMinuto, em seu depoimento à polícia, Cilene revelou que Luana mantinha relacionamentos com homens casados e mesmo assim o namoro continuava firme.













