"A Polícia comunitária é o caminho para acabar com a violência”

05/02/2012 05:22 - Polícia
Por Redação
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Há mais de duas décadas, a polícia comunitária vem conquistando o seu espaço com os benefícios do trabalho de segurança pública, com a aproximação desses profissionais com os moradores da comunidade. Em Alagoas, a atuação dessa polícia ainda é recente, porém, já mostra resultados satisfatórios, mesmo com a resistência de alguns policiais.

O Governo Federal, no ano passado, disponibilizou recursos financeiros para a construção de 43 bases comunitárias. Porém, até hoje a verba não foi viabilizada. De acordo com o presidente do Conselho de Segurança Pública, Paulo Brêda, na próxima semana será apresentado um novo projeto para a construção dessas bases.

“Acredito que a atuação da polícia comunitária é um caminho para acabar com a violência. Como a verba não foi disponibilizada, tivemos a ideia de montar acampamentos, já que estamos vivendo uma situação de guerra, mas a PM não aceitou. Fizemos estudos para baratear os custos, e conseguimos manter uma estrutura similar com a original proposta com o preço bem inferior”, afirmou Brêda.

O presidente falou ainda que a Polícia Militar completou 180 anos e, durante todo esse tempo, adquiriu uma resistência histórica aos modelos de segurança. “De início a PM não queria a instalação das bases, porque acreditavam que iria estragar o modelo, mas, aos poucos, eles começam a abrir os olhares”, disse Paulo Brêda, mostrando ainda que como não têm incentivos financeiros, o policial não quer trabalhar com a comunidade. “O acomodado é como uma laranja podre no meio das frutas: estraga todo o trabalho”.

Ele disse ainda, que vai apresentar uma proposta para os policiais que estejam trabalhando nas bases recebam incentivos financeiros. Brêda explicou ainda que não são todos os policiais que não querem a implantação das bases. “Mas é notório que os mais antigos da corporação não aspiram esse modelo. Porém, os policiais mais novos têm outra visão e acreditam no trabalho”, explicou.

Brêda afirmou que ainda não há um número preciso de bases que serão instaladas. “Vamos apresentar a proposta. Acreditamos que isso possa despertar o interesse dos empresários alagoanos para que ele nos ajude a por em prática esse trabalho”.


Opinião da PM

A base comunitária do Selma Bandeira, localizada no bairro do Benedito Bentes, foi oficialmente entregue em maio do ano passado e já mostra resultados. De acordo com tenente coronel Dogival Ferreira, os policiais estão desempenhando bem os trabalhos.

“Nunca percebi resistência por parte dos meus policiais. Temos um trabalho que vêm apresentando resultados muito bons, a comunidade nos ajuda a combater a criminalidade. Os frutos começaram a aparecer desde a instalação há dois anos”, afirmou Dogival.

Para um PM que trabalha na base comunitária do Vergel do Lago, 19 policiais fazem a segurança na região e há sim comodismo. “Quem está chegando agora, acredita na filosofia da polícia comunitária e abraça a causa. Porém, os mais antigos não querem fazer esse trabalho e se “escoram” nos outros. Gosto muito do que faço, e a criminalidade está sim diminuindo, basta ver as estatísticas. Se todos abraçarem a causa, poderemos ter uma Alagoas livre da criminalidade”


Base comunitária do Selma Bandeira

A base comunitária do Selma Bandeira funciona diariamente 24 horas, com 16 militares, com a rotina de passagem do serviço, rondas comunitárias e visitas comunitárias. Os dados estatísticos apresentados pelo major PM Antônio Casado, do Centro de Gerenciamento de Crises, Direitos Humanos e Polícia Comunitária da Polícia Militar, são bastante animadores: em 7 meses de ocupação foram registrados apenas 3 homicídios, uma redução de 75% no índice de assassinatos.

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