2012 já vem com ministro enrolado

04/01/2012 06:48 - Adrualdo Catão
Por Adrualdo Catão

Fernando Bezerra Coelho, tradicional político do da região de Petrolina, mostra que não está para brincadeira. No seu Ministério, o da Integração Nacional, usou 90% das verbas para prevenir tragédias no seu próprio Estado. Vê-se que seu interesse em disputar a prefeitura do Recife é mesmo muito grande. Vejam a matéria abaixo, do Estadão. Comento depois.

Dilma manda Casa Civil cuidar de verbas antienchente e ordena critérios técnicos

Insatisfeita com a canalização de verbas federais quase que exclusivamente para Pernambuco, Estado de origem do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho (PSB), a presidente Dilma Rousseff interveio e ordenou a adoção de critérios técnicos na distribuição de recursos da pasta para combate e prevenção de desastres naturais - enchentes e desmoronamentos.

A medida foi tomada após o Estado revelar que cerca de 90% das verbas antienchente da Integração foram aplicadas em Pernambuco, a despeito dos estragos provocados pelo verão chuvoso em outros Estados. Em reunião convocada às pressas ontem, a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffman, que interrompeu a semana de férias no Paraná, a pedido da presidente, voltou ao Palácio do Planalto para tratar da questão com técnicos do ministério e da Defesa Civil.

Dilma conversou por telefone com Gleisi logo cedo, mostrando-se preocupada com as chuvas e com a ação do governo. Àquela altura a presidente já havia telefonado a Antonio Anastasia (PSDB), governador de Minas Gerais, onde há 52 municípios em situação de emergência.

Minas. Anastasia evitou críticas ao ministro Fernando Bezerra e disse que ele foi 'extremamente amigo' de Minas, 'trazendo convênios e obras importantes'. 'O governo federal está sensível. Tenho certeza que os ministérios vão nos ajudar. Foi o que a presidente me disse hoje.'.

O telefonema da presidente ao governador tucano não foi o único sinal da disposição do Planalto de impor limites à prática já tradicional da distribuição paroquial das verbas antienchente, em que ministros privilegiam sua base eleitoral. No governo Lula, foi o ministro baiano Geddel Vieira Lima (PMDB) quem concentrou na Bahia a grande maioria dos e investimentos.

Como chefe da Casa Civil, Gleisi foi escalada para fazer a mediação técnica com o ministério neste ano de eleição municipal. A presidente preferiu deixar tudo nas mãos de sua ministra. Não se deu ao trabalho de procurar sequer Bezerra para questioná-lo sobre suas escolhas de investimentos. O ministro permanecia de férias, em Pernambuco, canceladas na noite de ontem.

Antes de embarcar para Brasília, Gleisi encarregou seu secretário executivo Beto Vasconcellos de organizar a reunião com técnicos da Integração, Defesa Civil e Ciência e Tecnologia. Em seguida, telefonou ao governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), para saber como estava a situação no Estado que sempre figura no topo da lista dos mais atingidos pelas chuvas.

Rio. 'A presidente Dilma está completamente comprometida com essa reconstrução. Não temos o que falar do governo federal, a não ser agradecer', afirmou Cabral, que desconversou ao ser questionado sobre o direcionamento político de verbas.

Até expoentes do PT pernambucano, partido aliado, avaliam que o ministro exagerou na politização do uso das verbas antienchente. Ontem, não faltou quem criticasse o 'provincianismo e o clientelismo' de Bezerra, que dias antes surpreendera o prefeito petista do Recife, João da Costa, com a transferência de seu domicílio eleitoral de Petrolina para a capital pernambucana.

Ligado ao governador Eduardo Campos, Bezerra aplicou em seu Estado R$ 25,5 milhões do total de R$28,4 milhões pagos em obras autorizadas em 2011 para prevenção de desastres naturais. Deixou apenas R$ 2,9 milhões ao restante do País. / COLABORARAM LISANDRA PARAGUASSU, MARCELO PORTELA e FELIPE WERNECK

Comento:

Quando vejo petista reclamar da imprensa, dá uma vontade danada de rir... Olha a abordagem dessa matéria. “Insatisfeita, Dilma interveio”. “Até expoentes do PT pernambucano, partido aliado, avaliam que o ministro exagerou na politização do uso das verbas antienchente”. “Dilma conversou por telefone com Gleisi logo cedo, mostrando-se preocupada com as chuvas e com a ação do governo.” Com uma imprensa dessas, o PT nem precisa de censura!

Parece até que Dilma não nomeou o sujeito. Parece até que Dilma não é responsável por essa bagunça. Pois foi ela quem nomeou o Ministro e, desde o governo passado, nada fez para mudar a situação. Lembram de Geddel Vieira Lima? Fez o mesmo com seu Estado, a Bahia. Desde lá, nada mudou, pelo visto.

E anda há uma questão interessante. O PT de Pernambuco sabe que o Ministro seria candidato a prefeito do Recife, por isso vem com essa conversa mole de que “o ministro exagerou na politização do uso das verbas antienchente”. Que piada... Se fosse do PT, estariam caladinhos.

Eduardo Campos que se cuide. De traição em traição, o PT vai construindo sua hegemonia.
 

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