Alagoas já não é mais o paraíso prometido pelas águas que nos banham.
A República dos Palmares está sendo, literalmente, afogada pela cultura da violência.
E no cerne de toda discussão tem o conflito racial: “O Mapa da Violência, 2012-Os Novos Padrões da Violência Homicida no Brasil” assim afirma: meninos e jovens negros são os que matam e os que morrem.
Além de ser o Estado mais violento do Brasil, Alagoas é também o lugar onde mais morrem negros e jovens no País. E se não fosse o Espírito Santo, a “terra dos marechais” seria ainda a terra de maior matança entre as mulheres. Já quando se fala em assassinato de brancos, Alagoas é o segundo Estado onde menos morrem brancos, vítimas do crime. Carla Serqueira - Gazeta de Alagoas,18/12
Um conflito étnico-social de vastas proporções estampado em manchetes nacionais e invisível para os poderes do estado.
Estamos já em uma guerra civil?
Alagoas tem pressa de quê?
A gente não quer só comida. A gente quer comida, diversão, arte, segurança, escola com pedagogia antirracista,antissexista,não homofobica, saúde e etc. etc. etc.
Pressa traduzida como urgência por políticas públicas sistemáticas e eficientes que estabeleçam caminhos para entender o conflito da criminalidade do estado de Alagoas. Estabelecer o discurso além das drogas.
É preciso ir além da surrada-e-ensaiada-cartilha-da-moçada-das-drogas e investigar a guerra interna da pobreza de marre-marré-deci que escala meninos e jovens para as fileiras armadas da contravenção, contravenção esta que é abrandada quando noss@s pobr@s polític@s dilapidam ( milhões e milhões de reais), de patrimônios que são do povo por direito.
O estado alagoano é débil na resolução dos problemas desse  povo que religiosamente depõe o voto a cada quatro anos, em troca de dentaduras, cestas básicas e /ou vinte conto de réis para levantar bandeiras.
Um povo que apesar dos vendilhões do templo, ainda acredita.
Estamos sós diante da ineficiência estatal de manter a ordem pública. Ordem significa progresso?
Ou para que haja progresso é preciso manter a ordem?
O Estado alagoano ao não produzir soluções políticas para conter o genocídio da população negra, nos naturaliza como corpos invisíveis no IML da história.
O genocídio da população negra em Alagoas já tomou proporções epidêmicas- grita“O Mapa da Violência, 2012-Os Novos Padrões da Violência Homicida no Brasil” ,mas incrivelmente nossos políticos fazem a cara singular de “coisa-de-negro-não-dá-voto-e-eu-não-tô-nem-aí-pra-isso”.
O povo negro alagoano inexiste nas agendas dos parlamentares alagoanos, na sua maioria homens, brancos, cristãos que representam a paz branca de secretaria. A paz do faz-de-conta.
E continuamos votando...
A população negra alagoana vive uma massacrante geografia da violência do racismo institucionalizado: pobre,negro, morador-de-grota-periferias tem DNA para bandido é bandido negro é grupo rival da paz branca instalada pelo estado alagoano,portanto melhor criar estratégias para a morte, socialmente, consentida..
É a reprodução do modelo social homicida e terrorista da pós-libertação: dizimar negros pelo descaso político e pela fome e embranquecer a população.
Alagoas é um estado hegemônico nos privilégios para poucos e nós os pret@s,pobres, os que residem na periferia da história estamos quase todos mort@s.
Em nossos direitos constitucionais e civis.
Até quando?