Os depoimentos de funcionários do Tribunal de Contas de Alagoas na Polícia Federal, no inquérito que apura o desvio de mais de R$ 100 milhões do órgão, foram adiados. Na última sexta-feira (28), cerca de 10 pessoas, que trabalham no Tribunal de Contas foram ouvidas. Essa semana mais 20 funcionários deveriam depor, mas em virtude da nova prisão do empresário Sérgio Timóteo Gomes de Barros, dono da academia TOP, e da permanência de Deivis Portela de Melo Filho, diretor financeiro do Tribunal, e José Pereira Barbosa, diretor de Recursos Humanos do órgão, na carceragem da PF, as oitivas não acontecerão.
Segundo o delegado Antônio Miguel, que comandou a Operação Rodoleiro, a Polícia “mudou o foco” das investigações nesse momento, pois com as prisões mantidas, será preciso dar mais celeridade na análise do material apreendido durante a ação policial.
“Temos que atender a uns prazos da Justiça e agora, vamos nos debruçar na documentação, para depois passar para outras etapas”, afirmou Miguel à reportagem do CadaMinuto.
O delegado colocou também que ainda não há novas datas para os depoimentos acontecerem.
A Operação
A Operação Rodoleiro foi deflagrada, no última dia 20, por agentes da Polícia Federal, com o apoio da Receita Federal e da Força Nacional. A ação teve como alvo crimes de ordem fiscal, fraudes na restituição de imposto de renda de servidores públicos e o desvio de recursos da folha de pagamentos do Tribunal de Contas do Estado de Alagoas. Doze mandados de busca e apreensão e três de prisão expedidos pela 2ª Vara Federal de Alagoas foram cumpridos.
De acordo com dados apresentados pela PF, entre os anos de 2005 a 2011, a fraude chegou ao montante de R$ 100 milhões. Somente de 2009 a 2011, o valor foi de R$ 30 milhões. Ao todo, 102 cavalos foram apreendidos em um haras em Atalaia.
A operação foi batizada de “Rodoleiro” por existir a suspeita de lavagem de dinheiro por parte do grupo investigado utilizando a criação de cavalos de raça. Rodoleiro é o nome de um tipo de carrapato que ataca principalmente os cavalos.