Osvaldo Timóteo

13/10/2011 07:13 - História dos Ambientalistas
Por Redação
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Abdicar de um negócio lucrativo como a produção e comercialização de gado e cana-de-açúcar para investir na manutenção dos recursos naturais é algo raro, mas não impossível, é o caso do ganhador do Prêmio Muriqui 2010, o atual ambientalista Osvaldo Timóteo.

 

Visionário, em 1986, Osvaldo Timóteo, alagoano de São José da Laje, encerrou suas atividades agropecuárias para se dedicar exclusivamente à recuperação da Mata Atlântica em sua propriedade coberta por canaviais. Comunicou a todos sua decisão de sair do mercado como produtor:“Ele reuniu toda a família e disse que a partir daquele momento iria desativar tudo para começar a construir seu sonho de fazer ressurgir a Mata Atlântica para abrigar animais silvestres”, contou uma de suas filhas. Foram necessários mais de 70 anos para ver seu desejo de preservação do meio ambiente começar a ganhar corpo. Nascia assim, a Reserva Ecológica Osvaldo Timóteo.
Com apoio de sua esposa, Irene Alves, de seus dez filhos, dos seus dezoito netos e oito bisnetos, uma parte da Fazenda Santa Maria, comprada em 1978, foi vendida e o dinheiro gasto para recuperar os 55 hectares restantes promovendo o seu reflorestamento. Atualmente, o projeto de restauração é referencia na área ambiental no Estado. Uma das primeiras ações da reserva foi o plantio de mudas nativas da região. Assim que a vegetação começou a florescer os animais começaram a retornar ao seu habitat. “Fico muito orgulhoso desta iniciativa, pois vejo o quanto ela colabora para a conservação e preservação da natureza”, disse Osvaldo.
Hoje, cerca de 20 mil árvores, de diversas espécies, já foram replantadas na reserva, com a ajuda de toda a família do ex-agropecuarista. “A intenção é a de plantar 30 mil árvores. Nós precisamos recompensar, agora, esta degradação da natureza para que nossos futuros netos, bisnetos, tataranetos também tenham uma melhor condição de vida”, afirma o ambientalista.

A Reserva

A Reserva Ecológica Osvaldo Timóteo, localizada na BR 104, Km 17, próxima à área urbana de São José da Laje – promove passeios por trilhas (incluindo três lagos e banho de bica), mini-parque infantil, espaço polivalente para prática de esportes, centro cultural, redário entre as mangueiras e uma bela vista panorâmica. “Temos a satisfação de receber cada visitante em nossa Reserva. Procuramos fazer com que ele sinta seu espírito renovado e, claro, com a consciência voltada para a preservação do meio ambiente”, ressaltou o ecologista.
A área, voltada para o reflorestamento e conservação da Mata Atlântica, é destino certo dos amantes da ecologia, oferecendo um diferencial inédito da região com um corredor de bambuzais, nascentes de água potável, lagos, espaços de preservação de aves a pássaros em extinção.
Tanto trabalho rendeu à Reserva, em 22 de novembro de 200, a inclusão no seleto “clube” das Reservas Particulares do Patrimônio Natural, do Brasil, que são áreas de conservação da natureza em terras privadas. Para ser considerada uma RPPN, a reserva tem que ser gravado com perpetuidade, segundo Decreto Nº 1.922/96 e significa que a área terá de ser protegida para sempre.
Se depender dos esforços de Osvaldo Timóteo e de sua família, essa determinação será seguida à risca. Aos 80 anos de idade, pretende ampliar em sua reserva a reflexão a cerca da preservação do meio ambiente a partir de ações que promovam o ecoturismo, participando de projetos como SOS Ecologia.
Seguindo esta meta, a reserva está envolvida no projeto Repartição de Benefícios da Mata Atlântica e Mercado Sustentável em Alagoas, coordenado pela Amane, Amigos da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica – IA RBMA.
 

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