O  Blog Raízes de Áfricas, em dois anos de existência,  atinge a sua  mais  expressiva marca de acessos. Em menos de 48 horas, mais de dezesseis mil pessoas visitaram a página da matéria :“Não leve isso a sério, senão vai prejudicar a empresa”...
Tivemos 897 pessoas tuitando e mil outras que curtiram a matéria que comentamos e republicamos do jornalista Marcelo Reis.
O título original da matéria do Marcelo foi modificado, pois em nossa análise, a frase dita pelo gerente da Editora:“Não leve isso a sério, senão vai prejudicar a empresa...” traz em si a explicita violação do princípio dos direitos humanos, como também o simbolismo do apartheid sedimentado nos espaços do poder, nas terras miscigenadas de Cabral: negro não pode?
A matéria expõe a face sórdida do racismo sofrido por duas meninas negras, estudantes do Colégio Estadual Guilherme Briggs, de Niterói, no stand da Editora Abril, na Bienal Internacional do Rio de Janeiro.
Com expressões carregadas de estereótipos racistas: “Não vou dar senha porque não gosto de mulheres negras” e despidas da convenção, dita “tolerância social”: “Você é favelada e preta de cabelo duro”, o responsável pelo stand negou às meninas senhas para participação em atividades culturais, promovendo assim o alargamento das diferenças sofridas pelo povo negro, no decorrer dos séculos.
Até quando?
O Blog Raízes de Áfricas como espaço receptivo percebeu a importância de divulgar o fato, como denúncia e uma forma de dissecar aspectos ambíguos e contraditórios do racismo no Brasil, no Ano Internacional dos Afrodescendentes.
A receptividade a matéria mostra dois fatos essenciais: o poder das redes sociais, principalmente o twitter, como também a necessidade de endossar politicamente , os direitos sociais do povo de pele parda e preta,em respeito à dignidade humana e a riqueza incontestável da nossa história.
É imperioso colocar o racismo como pauta permanente nas agendas políticas do governo Federal, Estadual e Municipal,agregando valor a militância dos movimentos sociais e da sociedade civil.Colocá-lo na ordem do dia.
E o Blog Raízes de Áfricas ao contar histórias da vida real, busca exercer o ativismo negro ao instigar com as palavras a quebra do silêncio sócio-institucional.
Obrigada pelos mais de dezesseis mil acessos ,em menos de 48 horas!