Dilma: refém ou cúmplice?

13/07/2011 17:54 - Adrualdo Catão
Por Adrualdo Catão

O que está acontecendo com o governo Dilma é mesmo um absurdo. Depois de (supostamente) afastar os suspeitos do Ministério dos Transportes, Dilma é agora desafiada pelo diretor geral do DNIT, Luiz Antônio Pagot.

Dilma fez o maior estardalhaço com a demissão no Ministério dos Transportes. A Veja mal tinha chegado às bancas e já havia ação do governo? No PT? Eu logo desconfiei. Os colunistas “isentos” do PIG (partido da imprensa governista) se apressaram em aplaudir a eficiência da gerentona. Entrou em cena, novamente, Dilma, a bruta!

Aliás, ainda me espanto com certo jornalismo. A corrupção bate à porta do governo, mas eles adoram poupar a presidente. Esquecem que essa mulher andava ao lado de Erenice Guerra? Esqueceram das denúncias nunca respondidas de Lina Vieira, a mãe do Mução? Esqueceram de Lula, o conivente?

Mas, pelo visto, Dilma não é tão bruta assim. Demitiu todo mundo, mas deixou o chefe. O ministro Alfredo Nascimento só caiu depois. Caiu de podre depois de acusações sobre o rápido enriquecimento do seu filho. Dilma chegou a afirmar que tinha confiança no ministro! Mas o pior estava por vir.

O Diretor-geral do DNIT não foi afastado coisa nenhuma. Entrou de férias! Na maior cara-de-pau o sujeito contrariou a presidente a afirmou sem medo:

“Pretendo continuar no Dnit, porque comecei a produzir uma reestruturação no Dnit. É difícil contrariar interesses. É uma das coisas mais difíceis que existem. Então, eu preciso de prazo para cumprir isso. Depois, tenho projetos próprios e quero voltar a navegar nas águas barrentas do velho Amazonas. Se a presidente me conceder essa oportunidade de continuar trabalhando no Dnit, não é que vou começar as reformas, vou continuar promovendo as reformas.”

Isso é piada? Não, é Brasil.

Qual foi a resposta de Dilma, a mansa? Até agora, nada.

Na verdade, Dilma pode ser refém dessa gente do PR. Bom, mas não é possível que depois de ser contrariada assim ela ainda permaneça inerte. Somente uma razão muito nefasta pode permitir que, em nome da tal governabilidade, a “primeira presidenta mulher” permita que ministérios se transformem em feudos de partidos corruptos.

Porém, talvez ela não seja refém, mas cúmplice. Não sei a razão, mas pode estar ligada a coisas que o PT conhece muito bem, como caixa dois de campanha eleitoral ou mensalão.

E aí? Dilma é refém ou cúmplice?
 

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