No começo da madrugada desta quarta-feira (29), o casal Antônio de Pádua Bandeira e Mirela Granconato compareceu ao Instituto Médico Legal (IML) para realização do exame de corpo de delito. Todo procedimento foi acompanhado pelo de advogado de defesa Raiumundo Palmeira e alguns familiares.
Ao ser indagado pela imprensa sobre a autoria e materialidade do crime Tony Bandeira ficou em silêncio e não quis se manifestar. Já Mirela respondeu que era inocente e não tinha nenhuma relação com o crime.
Em entrevista à imprensa o advogado falou que as notícias de bastidores de que o casal teria assumido a autoria do assassinato, durante depoimento na Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic) da Polícia Civil(DEIC), não passavam de especulações.
“Isso não passa de especulações. Eles afirmam e ressaltam que são inocentes e os verdadeiros fatos serão mostrados”, relatou Palmeira.
Familiares e amigos tentaram impedir o trabalho da imprensa colocando roupas nos rostos dos acusados.
O casal é acusado de participação na morte da universitária Giovanna Tenório. Bandeira, conhecido como Tony, e a esposa foram levados para a sede da Deic, no bairro do Farol, onde foram ouvidos em depoimento.
De acordo com o advogado do casal, Mirella foi presa em casa e Tony, quando resolvia problemas relativos a seus negócios. Tony será levado para a Casa de Custódia e Mirella ficará detida no Presídio Feminino Santa Luzia.
Os mandados de prisão temporária foram expedidos pela 17ª Vara Criminal da Capital.
O casal e Giovanna
Antônio Bandeira e a mulher, Mirella Granconato tiveram seus nomes relacionados ao rapto e morte da estudante. Giovanna já manteve um caso amoroso com o empresário que havia negado que era casado. Tudo foi descoberto em uma festa em uma boate noturna de Maceió, onde Tony estava na companhia da mulher que flagrou um suposto encontro entre ele - o marido, e Giovanna.
As duas teriam discutido bastante e chegaram a trocar empurrões. Dias após, Mirella chegou a ameaçar por telefone a ex-amante do marido, que manteve alguns encontros com Tony às escondidas, conforme relatos de amigos da estudante.
No dia que a jovem desapareceu, ela teria avisado a família, antes de sair de casa, que não retornaria para almoçar. Giovanna passou a manhã participando do estágio do curso que era matriculada, no Cesmac. O estágio acontecia no Dique Estrada, região Sul de Maceió.
A retornar do estágio Giovanna teria falado a amigas que ia almoçar com um 'amigo' em um restaurante localizado próximo da agência do Banco do Brasil da Avenida Thomaz Espíndola, no bairro do Farol.
Amigas de Giovanna alegam que a estudante não falou o nome do 'amigo', mas demonstrava muita alegria. Foi esse 'amigo' que teria telefonado para ela pedindo para se apressar, pois já estava aguardando a moça. Este foi o último dia que amigos e parentes viram Giovanna com vida.
A Polícia, que já montou parte do 'quebra-cabeça' do crime, até o momento só tem uma certeza. Quem arquitetou o crime, teve tempo suficiente para planejar todos os detalhes, inclusive os álibis para defesa.
As investigações estão sendo acompanhadas pelo Grupo Estadual de Combate ao Crime Organizado (Gecoc), do Ministério Público Estadual e juízes da 17ª Vara de Maceió, responsável pelas investigações de crimes praticados por grupos organizados.
Tony e a mulher alegam, em suas defesas, inocência na participação desse caso. Os dois chegaram a confirmar um relacionamento dele com a estudante morta e as brigas de Mirella com Giovanna.
Outro fato que a Polícia também vem investigando é execução do pai de Antônio Bandeira. Josimar Bandeira, foi assassinado em novembro do ano passado e deixou dois supermercados para o filho tomar conta. Conhecido como ‘Nego’, de 43 anos, foi executado a tiros no centro de Rio Largo. Ele iria realizar um depósito na agência da Caixa Econômica Federal - referente ao lucro do final de semana - quando dois homens em uma motocicleta de cor prata e placa não anotada protagonizaram o suposto latrocínio.
De acordo com testemunhas, o comerciante chegou em frente a agência bancária em seu veículo Pajero, acompanhado de uma amiga da família, identificada como Suely, e seu motorista particular, de nome não divulgado. O crime não foi esclarecido e está relacionado como latrocínio, mas novas informações podem dá um outro sentido ao caso.