O ex-deputado estadual José Maria Tenório, preso no último sábado (18) sob acusação de ser o líder de uma quadrilha responsável por vários assaltos a banco em Alagoas, alega inocência, diz ter a convicção de que tudo não passa de um mal-entendido e acredita no esclarecimento dos fatos.
O advogado de defesa do ex-parlamentar, Raimundo Palmeira, em entrevista ao CadaMinuto, disse que esteve com seu cliente e que ele demonstrou estar chocado com as acusações. José Maria Tenório afirma não ter nenhum envolvimento nos assaltos a bancos e espera que a justiça reveja a determinação de sua prisão.
A prisão, decretada pela 17ª Vara Criminal da Capital, foi uma solicitação do Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc) do Ministério Público, que investigava o caso e apontou Tenório líder do grupo. O advogado de defesa espera contar com a reconsideração da prisão pela 17ª Vara.
“Não existem elementos que o incriminem e que comprovem a participação nem a ligação de meu cliente. Quem o conhece, sabe que jamais teria envolvimento com esses grupos criminosos. Espero que a 17ª reveja a decisão e analise com cautela. Conto com a maturidade dos integrantes”.
Palmeira explicou ainda que ao receber o pedido de prisão, a tendência da justiça é decretar sem fazer uma análise mais profunda e que isso deve acontecer em seguida. “Vou impetrar um habeas corpus e assim que analisarem meus fundamentos, acredito que a liberdade do ex-deputado aconteça rapidamente”, que confia numa recuada da 17ª antes mesmo que o HC seja impetrado.
A Justiça decretou a prisão de Tenório após dois integrantes de uma quadrilha, presos por um assalto a agência bancária, delatou o ex-parlamentar como o chefe. Indagado sobre alguma ligação entre os presos e o ex-deputado, Palmeira afirmou que José Maria Tenório já tinha mantido contato com um deles.
“Meu cliente também é advogado e foi contactado, há cerca de cinco anos, para trabalhar em sua defesa num processo de tentativa de homicídio. Mas ele nem chegou a atuar no caso. A única explicação para essa acusação é de que o preso tenha apontado o ex-deputado por retaliação ou raiva”.
O advogado trabalha para impetrar ainda hoje com um pedido de soltura para José Maria Tenório, que até o início da manhã estava detido na Casa de Custódia da Polícia Civil. Por se tratar de advogado, a prisão foi comunicada à OAB, e por ter prerrogativa de função será transferido para o Corpo de Bombeiros, pois tem direito a prisão especial, de acordo com Lei.
A prisão de José Maria Tenório foi feita por agentes da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic), comandados pela delegada Ana Luiza Nogueira, quando visitava o irmão, o ex-deputado Francisco Tenório, na Casa de Custódia da Polícia Civil, no bairro do Farol.