Compartilho com o Átila a concepção de que atos em prol da democracia devem ter a regra da inclusão, e não criminalizar quem já vive tão a margem da sociedade.É um desabafo-defesa pertinente. Parabéns, Átila.

As pedras no Palácio e a utilização dos moradores de rua como massa de manobra!

Ao me deparar com a infeliz declaração do Presidente da CUT, sobre a origem das pedras que atingiram o Palácio do Governo, não poderia calar-me diante de tamanho ato de covardia.
Na minha militância no Movimento Estudantil secundário e universitário, desde a minha adolescência, participei de vários atos, inclusive com ações de ocupação, como do gabinete da então Prefeita Kátia Born (por razão do aumento das passagens de ônibus), o gabinete do secretário de Saúde (quando o DCE da UFAL prestou solidariedade a luta dos médicos em greve) , e por duas vezes a ocupação da extinta Delegacia do MEC, saindo só após uma semana, com a reintegração de posse e a presença ostensivo do Batalhão de Operações Especiais - BOPE.
Sempre assumi os meus atos e as conseqüências decorrentes deles. Não calarei agora. Aprendi com os Movimentos Sociais, porém, muito mais conhecimento e sensibilidade adquiri no contato diário, nestes últimos onze anos, como os moradores de rua. Devo a eles o ser humano que hoje sou.
Por isso, não permitirei a utilização dos moradores de rua, pelos canalhas da direita, nem tão pouco, por aqueles que se escondendo por trás de um discurso de esquerda e utilizam-se dos desfavorecidos para irem, até onde a sua covardia não permite.
Desculpem os possíveis excessos, os erros, mas aqui quem escreve é um EDUCADOR SOCIAL, que conhece o universo dos moradores de rua e tem a plena certeza de que eles nunca tomariam tal atitude, sem que para isso, fossem excitados e utilizados como massa de manobra por terceiros.
Sou solidário a luta dos funcionários públicos, participei e sempre participarei das mobilizações sociais, porém, meu espírito militante e socialista, não me permite aceitar nenhum ato de injustiça, seja praticado por quem quer que seja.
Desculpem o desabafo, mas é necessário,

Átila Vieira Correia
Educador Social