Parentes do tenente da Polícia Militar de Alagoas, Deraldo Juvino dos Santos Osvald, 53, cobram do Comando maior empenho para realizar a prisão dos acusados de assassinar o oficial, no último dia 23, no Conjunto Gama Lins. Segundo José Fonseca, sobrinho da vítima, o crime pode ter ocorrido devido a denúncias sobre o tráfico de drogas na região, feitas pelo militar.
“A família está revoltada porque não viu nenhuma providência para apurar o crime. Perto da casa dele havia uma boca onde era vendido crack e ele fez a denúncia. A polícia chegou a ir no local. Ele deixou três filhos e mulher, que está praticamente vegetando diante de tanta crueldade. Até agora o comando não procurou nenhum parente”, lamentou.
José Fonseca contou que por diversas vezes familiares conversaram com o militar para que ele deixasse de morar no Conjunto Gama Lins, conhecido como uma área violenta, ressaltando que Alagoas já sofre os efeitos do tráfico de drogas. De acordo com ele, muitos militares moram vizinhos a bandidos, por não terem condições financeiras de ir para outro lugar.
“Ele morava lá há uns dez anos, perto do presídio e não queria mudar de casa. Conheço policiais que moram em favelas porque são mal remunerados. O governo deveria criar um programa habitacional e fazer conjuntos para militares, para que eles deixem de correr tantos riscos. É revoltante imaginar que um policial nem pode ficar na calçada de casa, correndo o risco de ser morto, como ele foi”, ressaltou.
Ainda de acordo com José Fonseca o tenente, que entrou para a reserva da PM em outubro de 2010, era uma pessoa pacata e dedicou 30 anos de sua vida à corporação. “É um absurdo que uma pessoa que tenha prestado tanto tempo de serviço à população seja morta com 13 tiros, justamente quando tentava descansar”, afirmou.
“Outros oficiais da PM estão na mira dos bandidos e todos têm conhecimento disso. Os capitães Rocha Lima, Eugênio e Xavier correm perigo por causa do trabalho ostensivo que fazem, combatendo o tráfico. Agora o policial é assassinado como se fosse qualquer um e não existe nenhum receio dos bandidos”, desabafou.
Crimes contra militares
Só este mês dois oficiais foram assassinados em Maceió. O capitão Luacir Albuquerque Macário, 49, foi morto a tiros, na tarde de sexta-feira (18), dentro de sua residência, no bairro do Pinheiro, durante um assalto. Já no dia 23 o tenente Deraldo Juvino dos Santos Osvald morreu após levar um tiro, quando estava na porta de casa, no conjunto Gama Lins.
Os acusados de participar do assassinato do capitão Macário foram presos. André Pereira da Silva, 30 - que teria atirado no oficial; Rodrigo Gomes da Silva – “Mago”, 24, João, que teria emprestado a moto usada no crime e um menor identificado apenas pelo apelido de “Galeguinho”, que estava com joias levadas durante um assalto a uma loja de venda de animais de estimação (pet shop) na Mangabeiras.
Rodrigo e Galeguinho foram presos na boate Reagge Night no bairro de Jaraguá, em Maceió; André foi preso no Motel Oásis, no bairro do Tabuleiro e João foi preso em casa. Ele foi liberado após prestar depoimento e comprovar que não sabia que a moto que havia emprestado seria usada para crimes.
Rodrigo é acusado de integrar uma quadrilha que vem explodindo caixas eletrônicos em cidades alagoanas e já tem passagens pela Polícia. Ele teria comandado a ação frustrada de ataque aos terminais do Banco do Brasil de Paripueira, cidade do litoral Norte de Alagoas e da sede da Funasa, no bairro do Tabuleiro, em Maceió. A Polícia suspeita que a quadrilha seja formada por pelo menos dez pessoas.
Jonny Lene Bezerra da Silva, 23 chegou a ser preso em um dos trechos da avenida Santana, no Cleto Marques Luz, quando estava em um Celta verde, KGD 1037 com placa de Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco. O veículo tinha algumas perfurações de bala, após seus ocupantes supostamente trocarem tiros com equipes da Radiopatrulha. O acusado disse que é natural da cidade de Lajedo e que havia sido raptado pelos assaltantes na avenida Fernandes Lima e que foi mantido como refém pelos criminosos.










