A delegada Maria Aparecida, responsável pela apuração do crime do músico Antônio Jorge Gomes da Silva, encontrado enterrado na própria casa, explicou que o inquérito deve ser concluído esta semana, após o Instituto de Criminalística (IC) entregar o laudo.O filho do músico Jackson Willams, confessou o crime.

Jackson Gomes se apresentou à Polícia, na noite desta quarta-feira (23) e em depoimento à delegada confessou a autoria do crime, relatando todos os detalhes do homicídio. Com o testemunho, a delegada solicitou à Justiça prisão preventiva do acusado.

Na delegacia, o irmão de Antônio Jorge, o funcionário da Petrobrás do Estado de Sergipe, Marcelo do Nascimento Costa, atribuiu o crime como brutal. “Considero o crime do meu irmão brutal. Nunca pensei que seria morto desta forma”, disse Marcelo, um dos vinte irmãos da vítima.

Jackson Willams, ainda não está preso devido não existir mandados de prisão. Willams foi ouvido pela delegada em companhia de seu advogado, Juarez Ferreira, e afirmou durante depoimento que teria matado o pai porque não aguentava tanta violência praticada contra ele. Vizinhos ajudaram nas investigações da polícia revelando que a última surra que o pai deu no filho foi com um facão.

Antônio Jorge sempre impedia que o filho saísse de casa e tivesse algum contato com amigos, quando Jorge saía, deixava Jackson na companhia da mãe, que era separada da vítima. “No dia do crime, Jackson teria levado uma pisa, mais uma vez e segundo ele pegou a arma do pai e efetuou dois disparos. Jackson ia tomar banho quando o pai partiu para batê-lo”, explicou Maria Aparecida.

Jackson, preocupado com o crime, não dormiu a noite pensando como iria se livrar do corpo do pai. Amanhecendo o dia, aproveitou uma parte baixa no quintal da residência, escavou um buraco e colocou o corpo de Antônio Jorge para tentar se livrar da polícia.

“O filho disse que não utilizou faca ou qualquer outro objeto para cortar o pai, apenas amarrou as pernas para caber o corpo no buraco. Estamos enviando uma lanterna que foi encontrada na casa, não sei se está com manchas de sangue ou tinta. Isso só o Instituto de Criminalística vai dizer”, falou a delegada.

Marcelo Costa garantiu que não conhecia o sobrinho, apenas ouvia falar do grande talento que tem, em relação à música. “Não sei quem é ele. Jackson pode passar na minha frente agora que não o conheço. Apenas fiquei sabendo do grande talento que tem”.

Ainda com base no depoimento Jackson, a delegada detalhou que as pernas do pai podem ter se desprendido do corpo devido a posição e o tempo que a vítima estava enterrada.

De acordo com o irmão da vítima, nunca foi notado nenhuma suspeita da violência de Antônio Jorge contra o filho. “Moro em Sergipe, minhas irmãs tem maiores contatos com Jorge e ninguém nunca me contou essa agressividade”.

Ele disse ainda que quando soube do desaparecimento do irmão, pediu licença do emprego e veio à Maceió para ajudar nas buscas, mas nunca imaginou que o crime poderia ter sido praticado pelo filho da vítima.

A delegada Maria Aparecida confirmou até o final da manhã de hoje, não há mandado de prisão decretado contra o acusado.

O caso

O músico Antônio Jorge Gomes da Silva, 41 anos, desaparecido desde o dia 11 de fevereiro deste ano. O corpo foi encontrado no final da manhã desta terça-feira (22) sob uma área recém concretada, na própria residência do músico, localizada na Aminadabe Valente, no bairro do Trapiche da Barra, em Maceió.

As buscas pelo corpo foram realizadas pelas equipes do Corpo de Bombeiros. Peritos do Instituto de Criminalística (IC) também estiveram no local. A vítima foi localizada numa área da casa que estaria passando por reformas, embaixo de uma estrutura de concreto. Ainda não há informações de como o músico foi assassinado.