O deputado federal Givaldo Carimbão (PSB), com quatro mandatos de federal, está sentindo que não vai ser fácil convencer os tucanos a apoiar sua candidatura à sucessão do prefeito Cícero Almeida, principalmente depois da convenção municipal do PSDB realizada no último fim de semana, que elegeu o secretário estadual de Infra-Estrutura, Marco Fireman, presidente do diretório do partido na capital.
A idéia de importante grupo na convenção para eleger Fireman teve como finalidade dar musculatura ao secretário visando à campanha de 2012. Até mesmo o deputado federal Rui Palmeira, que é tido como um dos melhores nomes do partido para disputar a prefeitura, por sua excelente penetração na capital, onde obteve 69 mil votos na última eleição, é uma incógnita no ninho tucano.
Depois de analisar bem o processo de ascensão de Fireman no partido do governador Teotonio Vilela Filho, Carimbão resolveu ir à luta. Está buscando a interferência do governador pernambucano Eduardo Campos (PSB) para tentar sensibilizar Teo. Mas ele não esconde sua preocupação com o fato de conquistar a simpatia do governador, que tem evitado qualquer comentário sobre a sucessão de Almeida.
Carimbão foi informado de que o grupo que elegeu Fireman é muito poderoso e deseja impor um candidato de sua inteira confiança.
Teste nas urnas
Os tucanos fracassaram nas ultimas eleições municipais quando indicaram a advogada Solange Jurema para a disputa. Uma mulher preparadíssima para assumir ao cargo, pela sua postura e caráter ilibados que fazem com que ela seja admirada e respeitada por todos, mas faltava-lhe experiência para o teste das urnas.
Na avaliação de alguns observadores políticos, o fracasso tucano com Solange Jurema pode se repetir com Marco Fireman, que tem suporte do grupo empresarial do setor de construção civil, mas ainda não fala politicamente o que o povo gostaria de ouvir. E exatamente isto é o que mais pesa na hora do voto.
O caminho mais fácil para percorrer, segundo os mesmos avaliadores, é com Rui, que tem origem política herdada de seu avô e pai e sempre teve um cheiro de povo nas urnas. Associado a isto, é um político que mostrou ter luz própria na Assembléia Legislativa, onde mostrou sua blindagem à corrupção rasgando um cheque de R$ 120 mil que lhe foi oferecido como preço para defender os taturanas no processo junto à Polícia Federal.
Dentro do PSDB, Rui sofre rejeição por sua postura no exercício do mandato de deputado estadual. E não vai ser fácil convencer o partido de que ele é o candidato ideal, mesmo sendo apontado como o melhor na opinião publica. Rui, inclusive, vem sofrendo assédio de vários partidos, entre eles o PSD, que está sendo criado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. Sua estrela começa a brilhar na Câmara Federal.