A matança aos borbotões de jovens pobres da pele preta e parda não gera impacto na agenda política dos que administram o estado de Alagoas, outrora República dos Palmares.
Uma República que hoje abriga um povo muito pobre sem perspectivas de futuro, marcado pelas poderosas ferramentas da desigualdade, do isolamento contemporâneo.
Um povo pobre que vive em um estado com uma elite étnica, muito, muito rica,enredada em sua zona de conforto.
A política etnicista em Alagoas ignora a matança dos muitos e tantos jovens em Alagoas naturalizado-a, como uma herança mórbida dos quilombos contemporâneos.
Nascer pobre, preto nas periferias das terras dos Marechais é um constrangimento repressivo e social. É quase uma chacina a democracia de padrão único!
Negro, pobre e favelado produz um incômodo no estado, pois expõe a inoperância da máquina pública que amordaça a pobreza com arremedos de faz-de-conta.
A ausência de políticas públicas no estado de Alagoas expulsa do caminho as oportunidades de chegar em algum lugar dos muitos e tantos meninos e meninas, criminaliza principalmente, os jovens de pele preta residentes nas periferias da história.
21 de março é dia de fazer a lição de casa: qual a ação estrutural instituída pelo estado de Alagoas para combater o extermínio dos jovens e homens, na sua grande maioria pobre e de pele preta ou parda, em idade produtiva?
O que a população afroalagoana tem a comemorar no Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial?