Alagoas é o estado, dentre os estados da República Federativa do Brasil, líder em exclusão social, com índices alarmantes de desigualdade racial.
Alagoas é conhecida como pequena África, não como forma de afirmar os valores afroalagoanos , e sim por ser um estado em que o DNA racista exacerba os padrões da harmônica convivência miscigênica, mesmo, tendo quase 70% da população majoritariamente, de pele preta e parda.
O povo da pele preta e parda é o elemento simbólico da exclusão social na República dos Palmares.
Meninos pretos e pardos que matam e morrem aos montes fazem parte das multidões anônimas que se evaporam no abismo cúmplice do silêncio social.
Quanto menos bandido, melhor! Agora se o bandido for branco de olhos azuis causa comoção pela “boa aparência”.
Os números radiografados dos sistemáticos assassinatos das gentes moradoras das ruas de Maceió- uma grande maioria de pele preta e parda- produz a configuração de um genocídio impositivamente programado,sob a tutela do estado, que ao se ausentar das ações estruturais,consente a barbárie.
É tal qual o provérbio: quem cala consente.
O racismo em Alagoas produz fraturas expostas na alma das amplas maiorias despossuídas de poder, transforma em estreitos funis as oportunidades de acesso e sucesso sociais.
Pobre, pret@ e periférico@ representam descarte étnico na República dos Marechais. É a política do estado mínimo.
É urgente que o governo do estado de Alagoas reavalie os erros abissais que marcam a política caduca que não avança nas perspectivas atuais em relação à população de pele preta e parda na terra dos Quilombos.
O estado de Alagoas é expert na questão do racismo institucional que naturaliza o racismo do indivíduo, aquele que pensa o lugar do negro, ainda na senzala, na subalternidade da história.
O racismo institucional desperta as barreiras históricas que impedem negros de exercitarem o protagonismo do poder, cristalizando a pálida imagem do “eterno” contínuo que se veste de papéis determinados.
Racismo institucional é aquele que não reconhece a cultura negra como oficial. A cultura do povo de pele preta e parda para o estado de Alagoas é contracultura, ou seja, é cultura marginal.
Racismo estrutural é aquele que desmonta uma secretaria- um dia existiu a Secretaria das Minorias- para esvaziá-la de poder político.
No dia 21 de março, segunda-feira, Dia Internacional de Luta para a Eliminação da Discriminação Racial, o estado de São Paulo lança oficialmente o Programa São Paulo Contra o Racismo”.
É a compreensão de que cidadania se impõe quando existe articulação entre a história contemporânea e as sabedorias populares e ancestrais.
E Alagoas que traz a marca indiscutível da expressiva passividade política diante das inúmeras e recorrentes ações racistas,homofóbicas persiste  trancafiada no mais perfeito silêncio do:"não to nem aí”.
Estamos à deriva?!