Durante quatro minutos Milton Gonçalves, o ator emocionou o público que esperava o desfile da Mangueira na primeira noite de desfiles do Grupo Especial do Rio .
Com o título “filho fiel, sempre Mangueira” o enredo da escola homenageou a vida e obra de Nelson Cavaquinho, o sambista, que este ano faria cem anos.
Abaixo o discurso de Milton Gonçalves:

Faço música, pra tirar o que sinto de dentro do coração” - essas palavras foram ditas pelo nosso homenageado de 2011 que completaria neste ano, seu centenário de nascimento. E a Mangueira não é mole não, não está pra brincadeira neste ano. Cheia de garra, veio para queimar o asfalto e deixar sua marca na avenida e nos corações. Não sei quantas vezes subi o morro cantando por você, meu mangueirense. Estamos falando de Nelson Cavaquinho, um dos maiores compositores brasileiros, que dedicou sua carreira ao samba e a nossa agremiação e que apesar de já ter nos deixado, virou estrela no pavilhão mangueirense.
Cheios de saudade estamos de Nelson, mas temos a certeza de que ele está aqui, hoje, entre nós. E que sua presença, ao lado de grandes baluartes da nossa escola, num lindo céu, arco-íris rosa e verde, vai nos dar sorte e abrilhantar ainda mais nossos 82 minutos.
Com graça, com harmonia, com beleza, com qualidade, com comunidade, com voz na garganta, com samba no pé, sem patrocinador, mas cheios de fé no coração, nós vamos entrar mais uma vez na avenida e na historia dos desfiles de escola de samba do Rio de Janeiro. E hoje, é dia de colocar todos esses sorrisos da comunidade no caminho, pra que a escola desça a venida, feito um mar de verdes e rosas, pra todo mundo passar, não com dor, mas com muito amor no peito, POR QUE TODO MANGUEIRENSE É ANTES DE TUDO UM APAIXONADO E POR ISSO, JÁ É VENCEDOR DE NATUREZA.
Com tua homenagem, tua escola, Nelson, se levanta e descortina um carnaval sem igual, feito com dificuldade e luta de uma mangueira que renasce todo ano feito uma fenix, se reinventando sem perder a tradição, se renovando sem perder o carater, se modernizando sem desprezar o seu passado, sempre, sempre e sempre, e cada vez mais presente.
Ó filho fiel, sempre Mangueira, Nelson Cavaquinho. Vem chorar seu instrumento com a gente agora, materializando-se na Sapucaí e enchendo nossos corações com suas melodias e letras. Vem Nelson, vem! Vem tirar hoje com a Magueira aquilo que a gente sente, juntos todos nós, muito unidos, a uma só voz, dentro do coração.