Democratas criticam fala de Mantega sobre o mínimo

16/02/2011 04:20 - Polícia
Por Redação

Deputados do DEM criticaram a apresentação do ministro da Fazenda, Guido Mantega, na Comissão Geral da Câmara hoje, em reunião que promoveu discussão sobre o salário mínimo. Para eles, a apresentação foi fraca e não contestou a proposta de elevar o mínimo para R$ 560. O governo defende R$ 545.

O líder do DEM, deputado ACM Neto (BA), afirmou que a apresentação feita na manhã de hoje pelo secretário-executivo, Nelson Barbosa, foi melhor que a de Mantega. "O Mantega não convence ninguém. Até o Nelson Barbosa foi melhor. Ninguém consegue explicar para a gente porque não dá para subir um pouco mais", disse o parlamentar baiano.

O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) destacou que a exposição de Mantega não tocou na possibilidade de elevação do mínimo para R$ 560. Nos slides do ministro, só constavam previsão de impacto para os valores de R$ 580 e R$ 600.

"Ele não questionou os R$ 560. O Congresso tem que dar um passinho à frente na questão do salário mínimo, como sempre faz desde o governo Fernando Henrique", afirmou Lorenzoni. O deputado gaúcho criticou o argumento do governo de que só os R$ 545 cumprem o acordo. "O governo está querendo transformar uma regra de piso em teto. A regra é pra proteger o trabalhador", disse.

ACM Neto defende R$ 560

Em Plenário, ACM Neto fez a defesa do reajuste do salário mínimo para R$ 560, afirmando que o governo atual "se nega a oferecer um centavo sequer de ganho do salário mínimo para o trabalhador brasileiro". "Essa Casa saberá reconhecer que o caminho é olhar para a voz das ruas". O líder do DEM informou que o partido está apresentando emenda propondo o valor de R$ 560. "Estamos pedindo R$ 15, somente R$ 15 a mais por mês para cada um dos 49 milhões de brasileiros que dependem do salário mínimo", afirmou.

"Reposição é colocar aquilo que a inflação levou do salário do trabalhador. Outra coisa é valorização. O ministro Mantega iniciou seu discurso falando de valorização. Pergunto: onde está a valorização? O governo esqueceu de valorizar", disse.

O líder também fez três perguntas às centrais sindicais: "Como ficam os compromissos que Dilma (Rousseff) assumiu na campanha de 2010? Como as centrais se sentiram ao tomarem um pito do presidente Lula, que na sua última viagem ao exterior fez questão de tentar enquadrar as centrais? Como vocês reagem à afirmação do governo de que estão descumprindo acordo que foi assinado?".

Ele ainda criticou o acordo feito entre governo e centrais, que chamou de protocolo de intenções. "Um protocolo que não tem a aquiescência dessa Casa. Para mim, o protocolo não passa de uma carta de boas intenções", afirmou.

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