Enquanto o II Festival das Palavras Pretas Quilombolas não chega , socializando um poema de *Alzira Rufino
Sou negra ponto final
Devolvo-me a identidade
Rasgo a minha certidão
Sou negra
Sem reticências
Sem vírgulas sem ausências
Sou negra balacobaco
Sou negra noite cansaço
Sou negra
Ponto final
Seguidora das tradições do candomblé, oriunda de uma família humilde e graduada em enfermagem, feminista, destaca-se como importante ativista política do Movimento Negro e no Movimento de Mulheres Negras, sendo ainda a primeira escritora negra a ter seu depoimento registrado pelo Museu de Literatura Mário de Andrade, de São Paulo.
Sua participação pioneira na impressa da região de Santos (SP) onde nasceu, divulgando a situação das mulheres negras e da violência contra a mulher, em muito contribuiu para o debate público, denúncias e o envolvimento da mídia nessas questões. Além dos artigos que escreve para revistas e jornais em todo o país e no exterior, ganhou diversos prêmios pela publicação de poesia, ficção e ensaios. Desde 1991, edita a Revista Eparrei, de circulação semestral, voltada para a cultura negra.
Alzira Rufino