Fiz no Twitter um pequeno alerta que quero repetir aqui. O problema do Wikileaks não é a divulgação de informações. Tornada pública, a liberdade de expressão não pode ser tolhida e qualquer proibição de divulgação é censura. O problema é como o Wikileaks adquiriu essas informações. Importante ressaltar que essas informações são sigilosas e envolvem (algumas delas) dados importantes cuja divulgação pode ter graves consequências.

Fiz uma provocação no Twitter. Perguntei se seria legítimo quebrar o sigilo de informações como as que os governantes contam em suas sessões de psicoterapia.

Também no Twitter, provoquei os esquerdistas, quase todos simpáticos ao Wikileaks. Já perceberam que os mesmos esquerdistas que gritam a favor do Wikileaks são aqueles que defendem um controle da imprensa pelo governo? Na verdade, essa simpatia se dá por puro antiamericanismo. Uma droga que aliena os esquerdistas latino-americanos já faz tempo.

Concordo com o que disse o Professor Fernando Amorim no Seu blogue Ciberdireito, cultura e pós-modernidade:

A Internet tem permitido maior vigilância sobre os governos e os Estados. Mas há um preço a pagar por essa aparente liberdade de informação. É bom não esquecermos de que o mesmo site que busca divulgar dados sigilosos tentar manter no anonimato as pessoas que passam essas informações. É bom não esquecermos de que o acesso a muitos dos dados que estão sendo divulgados foi feito de maneira escusa e ilegal. A nobreza dos fins justifica a ilicitude dos meios? A meu ver a Wikileaks corre sério risco de emular os seus alvos.

Quero dizer somente que o Wikileaks não é esse modelo de legitimidade democrática da pós modernidade. É importante controlar os governos e o acesso à informação é uma forma de controle. Mas não podemos deixar de reconhecer que nem toda informação sigilosa pode ser roubada impunemente. Não confundam liberdade de expressão com a violação de um importante direito que é o sigilo de determinadas informações.