As ações organizadas por traficantes em Salvador no mês de novembro e agora no Rio de Janeiro e a tomada de algumas regiões da periferia estavam próximas de acontecer em Alagoas e foram debeladas após a transferência dos maiores líderes do tráfico no Estado para presídios federais.
A transferência realizada no último dia 07 de outubro foi orquestrada em conjunto pelas polícias civis, militar e federal além do Gecoc do Ministério Público e da 17° Vara Criminal de Justiça e levou mais de 40 presos para o presídio federal de Porto Velho em Rondônia.
A saída destes presos que comandavam crimes e o tráfico de drogas e armas de dentro do Sistema Prisional alagoano gerou uma crise no comando do tráfico fazendo com que estes grupos se desarticulassem.
Algumas ações já davam mostra do início da organização destes grupos contra o poder público, como o bloqueio da Rodovia BR-104 em frente ao presídio, o seqüestro de um juiz, o plano para matar o diretor da Policia Civil e vários assalto a ônibus de turistas.
Perfil dos Transferidos
Assaltos a bancos, tráfico de drogas, crime de mando, roubo de cargas preenchem o currículo criminal dos presos transferidos de Alagoas para o Presídio Federal de Porto
A “limpeza” no sistema prisional de Alagoas gerou um guerra interna entre os sub-traficantes do estado, já que os lideres estarão sendo monitorados por 24 horas. Mesmo presos, os criminosos lideravam ações ocorridas não só no estado de Alagoas, como nos estado de vizinhos de Pernambuco, Sergipe e Bahia.
Da lista composta por 41 presos, o CadaMinuto elaborou um perfil do presos, de acordo com informações das Polícias de Alagoas.
O delituoso mais “influente” nos estados que fazem divisas com Alagoas, apontado pela Polícia, é Ricardo Jorge Barbosa da Silva, o Matuto, preso em 2008, durante uma operação montada pelas polícias Federal, Rodoviária Federal, Militar, Civil e Força Nacional, quando tentava fuga para Pernambuco. Contra ele existiam vários mandados de prisão, por assalto a bancos, roubo de carga, formação de quadrilha, porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, uso de documento falso e pistolagem.
Um criminoso articulado, com poderio ofensivo e econômico, Adriano dos Santos Oliveira, mais conhecido como ‘Caetano’, foi novamente transferido para um presídio federal. Caetano foi transferido pelo alto nível de periculosidade, por se tratar de um assaltante com facilidade para articulação e de continuar liderando o tráfico de dentro do presídio.
Um dos maiores traficantes de maconha do estado também completa a lista dos bandidos de alta periculosidade. Amauri Barbosa Ferreira, o ‘Ari do Morro’, já deu nome a um dos pontos mais antigos de venda de drogas da capital, o Morro do Ari, no Jacintinho.
O outro preso, Carlos Fernandes Leitão Lins Júnior, conhecido como “Júnior Oião” é tido como um dos maiores traficantes de crack no Estado de Alagoas. Ele foi preso em junho deste ano no município de Paulista, em Pernambuco. Junior Oião era ligado a Marcelo Gordo e Charles Gomes de Barros, o Charlão.
O policial militar Bruno Salustiano também engrossa a lista dos transferidos. Salustiano é acusado de dominar o tráfico na região do Feitosa e também de envolvimento em homicídios, inclusive de participação na execução de colegas de farda.