Mais um adolescente acusado de agredir cinco pessoas na avenida Paulista, região central de São Paulo, se entregou na manhã desta sexta-feira na vara da Infância e da Juventude. O jovem, de 16 anos, já foi levado a uma unidade de atendimento inicial da Fundação Casa, no Brás, também região central.

Este é o segundo dos quatro menores de idade acusados pela polícia das agressões a se entregar. Por volta das 18h de ontem, um dos rapazes, de 17 anos, chegou à vara da Infância e da Juventude acompanhado dos pais.

Os dois podem permanecer até cinco dias na unidade de atendimento inicial da Fundação Casa antes de serem transferidos para uma unidade de internação provisória, também no Brás.

Os outros dois menores, cuja apreensão foi determinada pela Justiça na última terça-feira (23), ainda não se entregaram. Eles são considerados foragidos, já que não foram localizados pelo oficial de Justiça responsável pela apreensão.

Segundo o delegado-assistente do caso, Renato Felisoni, o oficial de Justiça foi informado de que eles não são vistos lá há vários dias. 'Eles estão tentando não ser pegos', disse o delegado.

Os meninos são acusados pela polícia de serem os responsáveis pela agressão a cinco pessoas, em quatro ataques diferentes, no último dia 14.

Jonathan Lauton Domingues, 19, que também é acusado das agressões, deve ter a prisão preventiva pedida pela polícia ainda nesta sexta-feira.

INTERNAÇÃO

A 1ª Vara da Infância e Juventude de São Paulo decretou na segunda-feira (22) a internação na Fundação Casa (antiga Febem) dos quatro adolescentes envolvidos nas agressões. A internação foi pedida pela promotora da Infância e Juventude Ana Laura Lunardelli. O caso está sendo investigado pelo 5º DP (Aclimação) e ainda não há denúncia formal. Cabe recurso à decisão.

O advogado Alexandre Dias Afonso, que defende um dos meninos, afirmou que vai recorrer da decisão. De acordo com ele, os adolescentes cumprem todos os requisitos necessários para responderem em liberdade.

Felisoni disse que deve entregar o inquérito sobre o caso para o Ministério Público também nesta sexta-feira. A polícia já havia informado que irá indiciar os jovens sob suspeita de lesão corporal gravíssima e formação de quadrilha, mas o delegado disse acreditar que há elementos suficientes para que a Promotoria os denuncie (acuse formalmente) também por tentativa de homicídio.

Na semana passada, o segurança de um prédio da avenida Paulista que presenciou uma das agressões prestou depoimento no 5º DP. Rafael Fernandes disse à polícia que, depois de socorrer o jovem agredido, perguntou aos agressores por que tinham avançado contra ele. 'Batemos porque ele é veado, foi o que eles me responderam. Aparentemente, foi preconceito', disse o segurança.