Com a saída de Paulo Rubim, a escolha do novo secretário de Defesa Social de Alagoas vem dando margem para que alguns nomes se destaquem como o do ex-superintendente da Polícia Federal, Pinto de Luna, do atual comandante da Polícia Militar, Dário César e ainda, do sub-secretário da pasta, Washington Luiz. O Cadaminuto ouviu lideranças que representam as polícias no Estado para saber qual a opinião delas sobre o perfil que o indicado para assumir o cargo deve ter.
Para o presidente da Associação dos Oficiais Militares de Alagoas (Assomal), major Fragoso o novo secretário de defesa social deve ser uma pessoa acessível, que aja com isenção e não tome partido acerca de determinadas situações, unindo a Polícia Civil e a Polícia Militar. Ele afirmou que a pasta precisa de mudanças, destacando que o cargo deve ser ocupado por alguém de Alagoas e que conheça as demandas na área de segurança para a devolver a paz ao Estado.
“Se for alguém da Polícia Civil pode causar ciúmes na Militar e vice-versa, mas precisamos de uma cara nova, para mudar esse modelo de segurança que não está trazendo resultados positivos para a sociedade alagoana. Tem que ser um técnico, que entenda do assunto, mas não concordo que o cargo seja ocupado por uma pessoa de fora. O mais importante é deixar claro que o atual modelo de segurança não agrada a polícia e a população, pois não é eficácia”, ressaltou.
Já o agora ex- presidente da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros de Alagoas (ACS/AL), Wagner Simas contou que a categoria ainda não discutiu a questão, mas adiantou que como representante dos militares e membro da segurança pública acha que o novo secretário deve ser um delegado de carreira, que entenda as dificuldades do Estado, o que contribuiria para a valorização local.
“O Estado tem pessoas capacitadas para assumir a pasta, mas o governo não dá prioridade para que isso seja mostrado e valoriza mais as pessoas de fora, que não conhecem a realidade local. Aqui tem pessoas com pós-graduação em gestão de segurança e até com mestrado e doutorado, que poderiam ocupar a vaga na secretaria. Mas, não basta trocar o nome do secretário se o esforço para a diminuição dos crimes fica em último lugar. Tem que ser alguém gabaritado que também valorize os policiais”, destacou.
De acordo com o diretor alagoano da Confederação Brasileira de Trabalhadores da Polícia Civil (Cobrapol), José Carlos Fernandes Neto, o novo secretário deve ver as polícias de outra forma, contribuindo para melhores condições de trabalho, com treinamentos, o que segundo ele não ocorreu nesta gestão. “Pouco importa o nome, mas tem que ser alguém que incentive a atividade policial e contribua para melhoras nas delegacias. Hoje, além de desvalorizados somos perseguidos”, lamentou.