A aliança do PDT e do PT com o prefeito Cícero Almeida (PP) tornou-se espúria antes da eleição, quando o prefeito declarou apoio ao governador Téo Vilela. As razões para o apoio de Almeida a Téo são técnicas – o governador não pode mais disputar a reeleição.

O PDT e o PT deveriam ter desfeito a aliança, mas optaram por agir como hospedeiros e tentar tirar proveito do mau negócio, porquanto a política é assim – segundo Laing.

Perderam e agora querem desfazer a aliança, mas é tarde demais – pelo menos para o PDT, cujos integrantes de primeiro escalão optaram em ficar com o prefeito. Claro, pesa decisivamente o vencimento de 17 mil reais mensais.

O PDT também é hospedeiro do governo federal, mas não sabe até onde poderá sugar. Na dúvida, os secretários Pedro Alves e Arnóbio Cavalcante preferiram 17 mil reais na mão, do que dois cargos federais voando.

O próprio Ronaldo Lessa precisa se arrumar e, de preferência, num cargo capaz de blindá-lo contra eventuais investidas do Ministério Público.

Interessante é que, com a decisão do Superior Tribunal de Justiça mantendo a condenação imposta pelo Tribunal de Justiça, Lessa vai enfrentar novos problemas com a lei do “Ficha Limpa” nas próximas eleições.

E o PT?

Bem, o PT quer reaver a vaga na Câmara Municipal e pedir ao secretário municipal de Educação, Tomaz Beltrão, para sair será suicídio. Daí, o presidente estadual Joaquim Brito passou a bola para a presidente do diretório municipal, Lenilda Lima – que ficou de pensar se manda ou não Tomaz Beltrão sair.

Para mim, ela não vai mandar. Ou seja: Tomaz Beltrão permanece secretário. Querem apostar?

A REPÚBLICA DA DOR-DE-COTOVELO

O marechal Deodoro não queria proclamar a República; o objetivo do “golpe militar” de 15 de novembro de 1889 foi destituir o gabinete liderado por Ouro Preto – que se tornou desafeto de Deodoro.

Depois da “guerra do Paraguai”, o Império sentiu necessidade de reforçar a Armada Naval e Ouro Preto defendia a extinção da força terrestre para criança de uma Marinha com Infantaria forte.

Deodoro era contra.

E a prova maior de que sua intenção não era proclamar a República é que, uma semana antes do dia 15, Deodoro editou a “ordem-do-dia”, que foi distribuída com os comandantes militares e na qual ele determinava a reação contrária ao ideal republicano.

Deodoro cunhou a frase: “Ruim com ela (Monarquia), pior sem ela”.

Mas, depois de demitir Ouro Preto, o marechal Deodoro foi surpreendido com a decisão do imperador de nomear o gaúcho Silveira Martins para substituí-lo. Dom Pedro II não sabia que havia uma rixa antiga entre Silveira Martins e Deodoro.

Deodoro disputou com Silveira Martins o amor da Baronesa de Triunfo, quando governou o Rio Grande do Sul, e perdeu.

A dor-de-cotovelo levou Deodoro a proclamar o que, uma semana antes, ele condenava em ordem expressas aos comandantes militares.

E assim, amigos internautas, a República Brasileira nasceu de uma dor-de-cotovelo.