Controle da imprensa e as contradições da esquerda

28/10/2010 13:13 - Adrualdo Catão
Por Adrualdo Catão

Sobre essa onda de tentar censurar a imprensa, republico texto que escrevi ainda no tempo do meu antigo espaço. Ele diz muito sobre minha opinião a respeito dessas questões:
 

Contradições do esquerdismo jurídico

O pessoal do "direito alternativo" e aqueles que se dizem defensores dos "direitos humanos", mas apóiam os crimes do MST e seus congêneres, gostam de dizer que o direito não é o que a lei diz, mas sim aquilo que "brota da sociedade". Numa palestra ontem, ouvi esse tipo de simplificação algumas vezes, não sem um embrulho no estômago, é claro.

Então lá ia o sujeito todo prosa mandando ver nos preconceitos e simplificações que servem somente a uma coisa: atacar os direitos fundamentais liberais em favor de um "mundo de igualdade". Aí a Universidade é ruim porque se baseia na dicotomia “verdadeiro-falso”; a Universidade deve "servir à comunidade" e transformar ensino em extensão; educação à distância não presta; o Direito não está na lei; o povo faz o direito, etc. E, como não podia deixar de ser, tudo de ruim na Universidade se deve ao liberalismo.

Vou me poupar de ter que responder cada idiotice dessas. Não vou convencer aquele que acredita e leva a sério essas bobagens. No entanto, uma parte da palestra traiu o pobre o sujeito. Quando falou sobre questões penais, disse que a maioria tem noções erradas de justiça, pois defende os rigores da lei contra os bandidos e, muitas vezes, defende até a justiça com as próprias mãos, a tortura e a pena de morte.

Ficou num beco sem saída. Como justificar o "direito do povo" e o "direito das ruas" se o "povo" pode ser tão mau? Sabe como ele se saiu? Culpou a Globo, a Veja e até Ana Maria Braga pagou o pato. Foi chamada de "socióloga" numa ironia que beirava ao ridículo.

Não é interessante? O "povo" só serve quando concorda com a turma! Quando não concorda ele é manipulado pela Globo. Dá para suportar isso? Lembrei de um TCC em que o aluno defendia o controle da programação televisiva em nome da democracia. Aí eu perguntei: "mas se você quer uma programação democrática, não é melhor respeitar a audiência, que é controlada diretamente pelos telespectadores?" Sabe o que ele respondeu? Algo como: "mas o povo não tem condições de decidir isso".

É o esquerdismo jurídico. Só um dos lados de uma postura autoritária.

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