O técnico em enfermagem Rafael Teixeira, acusado de provocar a morte do agente da Polícia Federal André Barros em um acidente de trânsito, irá a julgamento, no próximo dia 20. Teixeira, que foi indiciado por homicídio doloso - quando há a intenção de matar - se submeterá a júri popular.
A expectativa dos familiares e amigos é de que Teixeira, que estava embriagado e não tinha autorização para dirigir quando atingiu o carro do policial federal, seja condenado. "No caso do meu pai, considero uma vitória o fato de o Rafael ter sido indiciado por homicídio doloso e ir a júri popular. Temos inúmeras situações no Brasil e, algumas em Alagoas, onde as pessoas envolvidas nesses acidentes prestam serviços à comunidade, mas estamos confiantes", colocou João Paulo.
O filho da vítima observou que se houver a condenação de Teixeira, outros casos semelhantes à morte de André poderão terminar com o responsável cumprindo pena em regime fechado. "Quem bebe e pega um carro, tem a mesma intenção de matar que alguém que pega uma arma. No caso de quem dirige embriagado, pode matar várias pessoas de uma vez. Estamos confiantes de que o júri vai tomar a decisão certa e que o juiz irá proferir uma sentença justa", frisou.
Manifestação
Familiares e amigos de André Barros realizam, no próximo dia 17, uma caminhada no bairro da Pajuçara para pedir paz no trânsito. De acordo com João Paulo, a intenção da manifestação é alertar a sociedade sobre os perigos da mistura álcool e direção.
"Além dos amigos do meu pai e da família, convido todos que queiram participar. Hoje em dia, qualquer pessoa pode ser vítima da imprudência no trânsito", disse João Paulo.
A concentração para a caminhada acontece às 9 horas, na Praça Multi-Eventos.
Relembre o caso
O acidente, que vitimou André Barros, ocorreu no dia 24 de maio do ano passado, no Conjunto Murilopólis. Rafael Teixeira conduzia uma caminhonete Ranger, de cor preta e placa MUV-3802, quando perdeu o controle do veículo, bateu em uma árvore, subiu no canteiro e colidiu com o Prisma, que era conduzido por André Barros. O policial faleceu na hora e o passageiro que vinha no carro com ele ficou ferido. Latas de cerveja foram encontradas na Ranger.
Teixeira também teve ferimentos e foi encaminhado a Santa Casa de Misericórdia de Maceió. O proprietário da caminhonete, José Amaro da Silva, 46, prestou queixa de furto na Delegacia de Plantão I, no bairro do Farol. Segundo Amaro, o jovem havia pego o veículo sem autorização.
O técnico em enfermagem ficou internado em observação no hospital e, durante toda a semana após o acidente, a assessoria da Santa Casa não divulgou informações sobre o estado de saúde do jovem, seguindo ordens da família. No dia 27 de maio, o delegado Fernando Tenório enviou uma equipe ao hospital e o Teixeira foi encaminhado para o 7º Distrito Policial.
Teixeira foi transferido para o sistema prisional e passou cerca de dois meses preso, até ser beneficiado em um mutirão da Justiça. Com a decisão, ele passou a responder o processo em liberdade.