Os processos criminais na Corregedoria da Polícia Militar de Alagoas para apurar o envolvimento de policiais têm se intensificado. Desde o início deste ano 25 inquéritos foram abertos e encaminhados para a auditoria militar, além de 79 procedimentos administrativos disciplinares, por extravio de armas, lesão corporal e abuso de autoridade.
O corregedor da PM, coronel Bugarin, que assumiu o cargo no último dia 15 explicou que chegam muitas denúncias no órgão, mas após apuração nem todas são confirmadas. Segundo ele, muitos casos são conhecidos por meio da imprensa, do Tribunal de Justiça e da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Alagoas (OAB/AL) e ainda, através da Ouvidoria e do 190.
“As denúncias de abuso de autoridade têm diminuído, mas sempre estamos apurando. A corregedoria também recebe documentos das unidades da PM. Algumas pessoas reclamam quando os militares apreendem materiais por causa de barulho. Existe o decibelimetro e esse é um procedimento normal. Tudo é encaminhado para a justiça porque tem que ter provas materiais, além das testemunhas”, explicou.
Bugarin informou que as denúncias ocorrem em sua maioria na capital, devido à quantidade de eventos e investigações, lembrando que a super-corregedoria, que seria responsável por investigar policiais militares e civis, continua sendo apenas um projeto. De acordo com ele, a prioridade é a adequação com o novo comando.
“Aqui as pessoas se sentem a vontade, não trabalhamos fardados, pois não é um quartel. Nosso objetivo é concentrar a apuração dos casos em um único local, porque hoje isso é fragmentado, dividido entre várias unidades. Além disso, existe um projeto de melhoria interna, em relação a equipe e aos equipamentos. Cada corregedor que passou por aqui mostrou empenho, visando melhorar o nível de apuração”, contou.
Presídio Militar
De acordo com o coronel Bugarin, a existência do presídio militar é importante para a segurança dos policiais, mesmo aqueles que cometeram crimes. Ele lembrou que todos os militares da ativa e da reserva estão sujeitos à penalidades, que variam entre advertência, repreensão e exclusão da corporação.
“Essa é uma regra no mundo todo e está no nosso Estatuto, porque o militar prende bandidos e não pode ficar exposto a riscos dentro de uma cadeia. Ás vezes o cidadão acha que a punição tem que ser rápida, mas existe um processo de investigação. Já houve casos em que denunciaram tiroteios, mas a polícia estava fazendo seu trabalho”, destacou.