O I Ciclo Nacional de Conversas Negras foi um aprendizado de pessoas. Pessoas que me chegaram como tiaras brilhantes juntando caminhos.
Com essas pessoas aprendo a ver a amplitude do mundo. Deixo de ser “eu” para ser nós. Uma Comissão Nacional de idéias humanizantes. Ao vivenciarmos um ciclo de conhecimentos estabelecemos a troca de experiências rompemos com o princípio do isolamento geográfico.
Um pequeno grupo formado, por não mais de 20 pessoas, todos politicamente negr@s, independente da cor de pele. Símbolos de resistência.
Um”nós”construindo canoas para atravessar águas, ainda revoltas. O racismo institucional não é beligerante.
Temos ideais comuns.
Revitalizamos-nos com a intimidade da busca. Somos, dentro, de nossas limitações, gentes que compreendem o imperativo do racismo e em uma marcha pausada, buscam a unicidade na igualdade dos direitos constitucionais.
Gentes que investem no futuro: “Depois de tantos projetos e sonhos, o sabor de Maceió ao lado de novos e antigos parceiros... Rumo a Piracicaba”.
Sim além de amig@s nos tornamos parceir@s grita a emoção da Rosa Helena da TV Escola/Programa Salto para o Futuro.
Sim, ainda podemos saltar!
Foi uma emoção estranha conviver com gentes que nos permitem reconhecer a possibilidade de agregar sonhos e partilhar caminhadas reconhecendo a mão estendida como ação de continuidade:
“Tomei um porre de carinho. Um porre de informação, um encontro de idéias e de gente cheia de graça. Volto alimentada e esperançosa. Palmas para Arísia”
Essa é a fala da Schuma Schumaher da Rede de Desenvolvimento Humano/REDEH/Rio.
Palmas para tod@s nós Schuma.
Sem titubear agarramos a oportunidade de sermos mais íntim@s. A humanidade caminha a passos largos para o egocentrismo.
Nosso grito de estímulo durante o I Ciclo foi Palmas!
As mesmas palmas que há mais de 3.000 anos eram usadas para invocar os deuses protetores das artes.
Lançamos um olhar sobre os saberes como mostra do parentesco identitário com Áfricas e o André Santana, do Instituto Mídia Étnica de Salvador Bahia nos diz:
“Em meio a brutalidade do racismo, nós negros, temos criado espaços, momentos de convivência, compartilhamentos, trocas de experiências, dores e alegrias.
O I Ciclo de Conversas Negras confirma a verdade de que nossas conquistas são coletivas e construídas com muitos diálogos, interações e respeito a caminhada individual que muito contribui.”
Invadimos o subsolo dos silêncios cúmplices da nossa histórica invisibilidade.
Continua...

Raízes da África