A reunião do Conselho de Segurança, realizada ontem, aprovou o pedido do Ministério Público e da Secretaria de Defesa Social do Estado para que seja concedida segurança individualizada ao Major Roberto Estevão, responsável pelas denúncias de desvio de donativos, envolvendo oficiais do Corpo de Bombeiros.

Dois policiais passam a fazer a segurança do Major pelo prazo de pelo menos 90 dias, que pode ser renovado. Estevão disse em entrevista ao Cadaminuto quando foi ao Miistério Público que se sente vítima do corporativismo da instituição, por não concordar fatos ocorridos dentro do Corpo dos Bombeiros

O inquérito do Mistério Público apontou que o coronel Josivaldo de Almeida e o tenente Ederaldo dos Santos Gomes foram responsáveis pelo crime, mas o Inquérito Policial elaborado pelo Corpo de Bombeiros indicou apenas o capitão Renivaldo de Lima, um cabo e o major Estevam.

O Caso

O esquema foi descoberto no final do mês passado, após ter sido apresentando ao MPE por outros oficiais do CB. Foram furtadas 156 pares de sandálias Havaianas, doadas pela fábrica Alpargatas.
Os militares eram responsáveis por um galpão localizado no bairro do Barro Duro. Eles foram flagrados desviando sandálias, em um carro da própria corporação.

O golpe só foi descoberto porque o filho de um dos vigilantes ficou ferido dentro do armazém após o desabamento de uma parte do teto.

Durante o resgate, outros militares descobriram como funcionava o desvio de doações. O coronel quando soube do crime não aplicou imediata punição a seus subordinados. A conclusão das investigações conduzidas pelo MPE foi similar ao inquérito da Polícia Civil.

As penas variam de três meses a doze anos de prisão e podem ser agravados devido à situação de calamidade pela qual passa o Estado. Caso eles sejam condenados, podem, até mesmo, ser expulsos da corporação.