O teste em um pedaço de corda recolhida na casa do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, em Vespasiano, na região metropolitana de Belo Horizonte, apontou que não há DNA humano no material. A informação foi passada à reportagem do G1 na manhã desta segunda-feira (23), pelo chefe do Laboratório de DNA Forense da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Luiz Antônio Ferreira da Silva.
De acordo com Silva, a técnica usada para verificar se havia indícios de DNA humano na corda foi feita por meio de um cotonete estéril para recolher partículas da corda. Ainda segundo o especialista, não foram feitos testes nos fios de cabelo porque neles não havia o bulbo capilar – parte do pelo onde contém as células que são avaliadas.
“Sugeri ao Sanguinetti (perito George Sanguinetti) que não fizesse os testes por causa da falta do bulbo (raiz capilar). Neste caso, para saber se os fios eram da Eliza (Samudio), por exemplo, eles teriam que ser comparados ao material genético da mãe por meio de células recolhidas na boca, ou pela saliva, ou pelo sangue dela”, explicou Silva.
O perito alagoano George Sanguinetti esteve na casa de Bola no dia 14 de agosto (sábado) para recolher os materiais. Sanguinetti participa de uma pericia paralela da defesa do ex-policial que é réu no caso que investiga o desaparecimento e morte de Eliza Samudio.
Entenda o caso
O goleiro Bruno é réu no processo que investiga a morte de Eliza Samudio. A Justiça de Minas Gerais aceitou a denúncia do Ministério Público contra Bruno e outros oito envolvidos no desaparecimento e morte de Eliza. A última prisão ocorreu nesta quinta-feira (5). Fernanda Gomes de Castro, namorada de Bruno, foi presa em Minas Gerais.
O goleiro Bruno; Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão; Sérgio Rosa Sales; Dayanne Souza; Elenilson Vítor da Silva; Flávio Caetano; Wemerson Marques; e Fernanda Gomes de Castro vão responder na Justiça por homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado, ocultação de cadáver e corrupção de menor. Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, é o único que responderá por dois crimes. Bola foi denunciado por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Todos os acusados negam o crime. As penas podem ultrapassar 30 anos.
O adolescente de 17 anos, envolvido no caso, vai ficar internado por tempo indeterminado, até um limite máximo de três anos, por atos infracionais equivalentes a homicídio, sequestro e cárcere privado.
A pedido do Ministério Público, a Justiça decretou a prisão preventiva de todos os acusados. Com essa medida, eles devem permanecer na cadeia até o fim do julgamento.
Em 2009, Eliza teve um relacionamento com o goleiro Bruno, engravidou e afirmou que o pai de seu filho é o atleta. O bebê nasceu no início de 2010 e, agora, está com a mãe da jovem, em Mato Grosso do Sul.
A polícia mineira começou a investigar o sumiço de Eliza em 24 de junho, depois de receber denúncias de que uma mulher foi agredida e morta perto do sítio de Bruno.
A jovem falou pela última vez com parentes e amigas no início de junho.
O corpo de Eliza não foi encontrado. Mas os delegados consideram a jovem morta. Todos negam envolvimento no caso.