Floro Calheiros, o principal suspeito de ter cometido ontem o atentado contra o presidente do TRE de Sergipe, desembargador Luiz Mendonça e um policial militar, ficou alguns dias na casa de um prefeito do sertão alagoano, quando fugiu pela segunda vez em dezembro de 2008 das dependências do Hospital São Lucas, em Aracaju, e até hoje não foi recapturado.
O Cadaminuto apurou que a polícia sergipana apontou, para autoridades policiais alagoanas, um deputado alagoano com mandato como uma das pessoas que ajudaram Floro Calheiros a se manter longe da prisão.
As informações passadas por duas diferentes fontes ainda relatam uma certa coincidência na rota de fuga de Floro e do Cabo PM Everaldo, o pai de Eloá, que foi preso em dezembro de 2009, após passar 11 anos rodando o Brasil e outros países fugindo da polícia.
Mesmo que não seja comprovada a participação de Floro no atentado contra o desembargador, que foi ameaçado pelo pistoleiro alagoano, o governador de Sergipe, um dos primeiros a apontar Floro como suspeito, disse que era uma questão de honra a prisão do foragido.
Antes de se estabelecer em Sergipe, Floro Calheiros era figura recorrente nos gabinetes da Assembleia Legislativa, onde chegou a prestar serviço a um deputado ligado ao Sertão.
Ele, que também trabalhava como agiota, emprestou dinheiro a alguns parlamentares e assessores e tinha amizade com fazendeiros e pecuaristas que durante a década de 80 pagaram a ele para capturar e “afugentar” ladrões de gado, em um grupo de extermínio que chegou a ser citado na CPI da Pistolagem.
O Desembargador não seria a primeira autoridade que foi vítima de Floro. Ele é apontado como o mandante do assassinato do empresário e ex-deputado estadual baiano Maurício Cotrim Guimarães, 59 anos, crime ocorrido no dia 14 de setembro do ano passado, enquanto a vítima caminhava numa praça na cidade de Itamaraju, sul do Estado da Bahia. Calheiros também é apontado como responsável pelo assassinato do deputado estadual Joaldo Barbosa, o Nego da Farmácia, em janeiro de 2003