Car@s,

Antes de qualquer palavra atropelada pela pressa de chegar, saúdo a todos e a todas, como uma velha prática geracional das bandas de cá, da terra de Palmares, da liberdade , ainda que numa fragmentada construção.
Saúdo-@s dessa forte região nordestina com uma logística recheada de calor humano, abraços e afro aconchegos.
Mais de quatro séculos nos separam do período escravocrata, entretanto as cenas explicitas do segregacionismo racial ainda imperam em espaços estratégicos do país cuja população negra é a segunda maior do planeta.
A realização do I Ciclo Nacional de Conversas Negras: Agosto Negro ou o Que A História Oficial Ainda Não Conta, que ocorrerá em Maceió/AL de 24 a 26 de agosto de 2010 traduz as inquietações sócio-étnicas do movimento social negro, aqui representado pelo Projeto Raízes de Áfricas e seus parceiros nessa espreitada,com a perspectiva de promover o diálogo da partilha: a troca de experiências em um aprendizado comum: tod@s palestrantes juntamente com a plenária trocam saberes adquiridos com a simplicidade e objetividade da sabedoria humana.
Até agora nossa plenária inscrita configura-se de inúmeros universitári@s, militantes negros, professor@s. Um público diversificado e em sua maior parte, sem a intimidade com a temática negra.
Já temos inscritos representações dos seguintes estados: Alagoas, Bahia, Pernambuco, Goiás, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, São Paulo, Ceará, Sergipe e Distrito Federal.
Ao convidar @s senhores e senhoras, intelectuais, militantes, cientistas, quilombolas, pesquisador@s, atentamos não só para a seriedade do trabalho e competência, dentro do lugar que ocupam, como também enxergando que cada um/uma de vocês possam criar as possibilidades de traduzir esse mesmo conhecimento como simbologia social de que as mudanças nascem dos 95% de transpiração, estudo e trabalho. É transparência da palavra-ação.
O I Ciclo nasce, ainda, do alinhavo entre a vontade do fazer e a urgente necessidade da partilha do conhecimento como símbolo de redes que ser formam para o combate ao racismo, sobretudo o institucional.
Ao convidar os senhores e senhoras partimos da premissa de que a complexidade do racismo a là Brasil exige a exposição de diversificados panoramas de idéias, gentes, cores, lugares e saberes para doar ao público presente, a palavra como herança significativa para o possível surgimento de pequenas ou explosivas auto-revoluções das idéias.
Cada um/uma de vocês terão 20 minutos de exposição dos temas relacionados na programação que segue. Desculpem-nos a demora em enviá-la. Tivemos pela frente uma árdua tarefa para conciliar e agregar gentes, em tempos espaços geográficos e horas.
Alguns terão um duplo desafio de intercambiar papéis; serão expositor@s e mediador@s de outras mesas.
O I Ciclo é a ação-piloto do ativismo negro visando transformar a proposta dessa realização numa mostra anual e permanente nas terras de Zumbi e para tal contamos com a explosão de afro-brasilidade de cada um@ das senhoras e senhores.
Em e-mails anteriores enviamos um contato de hotel para os que vem de outros estados, possam fazer suas reservas e assim otimizarmos o tempo da locomoção ao centralizar as pessoas em um mesmo espaço.
É importante criar uma dinâmica de interação com o público, alguns leigos na acepção e concepção da temática, para o surgimento de uma conversa coletiva que possa reinterpretar o racismo como personagem que age “calculadamente” de improviso e que só podemos construir uma nova história se olharmos detidamente para o passado e seus fragmentos conceituais.
No mais gostaríamos de contar com cada um/uma de vocês como co-autor@s desse projeto que surge como uma grande roda de conversa tendo como principio o afro-compromisso de cada pessoa para a construção de um país melhor. Aquilo de: “Sim, um mundo melhor é possível!
Sejam bemvid@s a Alagoas!

Arísia Barros
Coordenadora do Projeto Raízes de Áfricas