Ele é o introdutor do crack em Alagoas, criador de uma rota direta com traficantes de Ponta Porã na fronteira com o Mato Grosso, maior chefe do tráfico da periferia de Maceió em negócio que movimenta R$ 1 milhão de reais, Osvaldo Souza dos Santos, o “Barão do Crack” é o homem por trás das ameaças feitas contra juízes, promotores e familiares de desembargadores em Alagoas.

Osvaldo foi preso em março de 2008 em uma operação da Policia Federal, Na época da operação foi apreendido apreendeu R$ 79 mil, notebooks, máquinas fotográficas, quatro veículos, três motocicletas, documentos falsos e cartões de créditos. Em uma propriedade na cidade de Lagoa dos Gatos, em Pernambuco, que era utilizada como refinaria de cocaína, os policiais federais apreenderam aproximadamente 29 quilos de crack

Mesmo preso Osvaldo comandava um esquema de propina que envolvia diretores de presídio e tinha livre acesso para comandar o tráfico de dentro da instituição, entre outros fatos que comprovam isto está a fuga do químico Ribamar Alves da Costa, que vinha para Alagoas processar a droga e fugiu menos de um mês depois de ser preso.

Depois de muitos pedidos por parte do Gecoc e da 17°Vara Osvaldo e alguns de seus familiares e comparsas foram transferidos em 19 de junho de 2009 para o presídio federal de Catanduvas,o que causou um vazio no comando do tráfico em Maceió.

A transferência de Osvaldo, e seu conseqüente afastamento do comando, acabou com a mais importante rota direta que levava a droga do Paraguai para o Estado e causou uma guerra entre parentes e parceiros de Osvaldo, Aranha, Vaqueirinho e PCC (Todos transferidos para Catanduvas) com novos traficantes que buscam substituir os antigos chefes.

A briga tem sido sangrenta e em alguns casos cruel, como o caso da morte de Vanésia Francisca Martins, de 31 anos, esposa do PCC que foi algemada, asfixiada e morta além de outros três duplos assassinatos na periferia de Maceió

"Existem os que trabalham diretamente na linha de frente do tráfico e outros que fazem captação de dinheiro por meio de assaltos e sequestros,outros ainda são responsáveis pela cobrança e execução das dívidas,o tráfico não perdoa, quem deve e não paga acaba morrendo" explicou um delegado

O que irritou Coroa foi sua inclusão no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), criado em 2003, com a a alteração da Lei de Execuções Penais brasileira. O chamado RDD é aplicado em presídios de segurança máxima e determina que o detento fique preso em cela individual monitorada por câmera, com saídas diárias para banho de sol por apenas 2 horas diárias.

Isolado 22 horas por dia, o preso pode receber também visita de apenas duas pessoas por semana, mas sem direito a contato físico com os visitantes. O detento é proibido também de assistir televisão, ouvir rádio e ler jornais e revistas.

A comunicação do detento com os próprios carcereiros é indireta. Os funcionários do presídio utilizam microfones ligados a caixas de som nas celas para passar ordens aos detentos.

A legislação permite que um detento fique por no máximo um ano sob o RDD. É possível, no entanto, renovar o período caso se comprove a necessidade de manter o preso isolado, ou em caso de nova indisciplina ou tentativa de fuga. Foi o que aconteceu com Osvaldo.