Os pais que sofrem
Estou sempre fazendo críticas aos pais que abandonam seus filhos aos cuidados exclusivos da mãe e preferem se manter como meros provedores ou visitantes. Existem muitos casos como esses, mas há também situações bem diferentes. Hoje, faço minha homenagem aos pais que vivem o caminho inverso. São aqueles que lutam contra o preconceito de algumas mães, que exigem deles justamente aquilo que eu critico: que sejam meros provedores e se afastem dos filhos. Esses são os pais que precisam enfrentar mulheres magoadas e que misturam sua decepção amorosa com o interesse dos filhos, afastando os pais da convivência com as crianças.
Esses pais são verdadeiros lutadores. Lutam contra o preconceito machista que ainda vigora em muitas pessoas. Esse preconceito não está apenas nos comentários e dificuldades impostas pela família e pelas pessoas envolvidas com a criança, mas também aparece nos tribunais. É lá que grande parte dessa batalha é travada e quando o pai se vê diante de toda uma tradição que o coloca em segundo plano na criação dos seus filhos. Algumas mães chegam a inventar acusações de cunho sexual, o que afasta imediatamente os pais da convivência, enquanto o Judiciário lento tenta aferir a veracidade da acusação. São anos e anos de espera e luta.
Mesmo diante de tantos avanços na legislação e na própria jurisprudência, esses pais ainda lutam contra a alienação parental sem as mesmas armas que as mães. Elas têm a seu favor a presunção preconceituosa de que são mais aptas naturalmente para criar os filhos. Eles não têm nada, a não ser a incrível capacidade de não desistir.
Num dia como hoje, esses pais estão longe dos filhos contra a sua vontade, seja porque a mãe os afastou dos filhos por meios ilegais ou mesmo com o auxílio de uma estrutura judicial que desconsidera o direito fundamental da criança de conviver tanto com o pai quanto com a mãe.
Esse pai hoje sofre, mas não desiste. Ele, na verdade, não sofre sozinho. O filho afastado é quem pagará pela atitude dessa mãe egoísta. Enquanto os filhos forem usados como meios para atingir fins, problemas desse tipo jamais se resolverão. Meu recado para esses pais é para que eles não desistam. No futuro, seus filhos reconhecerão seus esforços e você verá que sua luta valeu a pena.
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