Era aproximadamente 01 hora da madrugada deste domingo (25/07) quando três homens invadiram uma casa no Jacintinho se dizendo policiais,eles abordaram Luiz Carlos Barreto, 29 anos, acusado de pequenos assaltos na região e o executaram com vários tiros na frente de sua esposa e de sua filha.
O crime, mais um para as estatísticas da periferia de Maceió, guarda uma assinatura diferente, e a polícia alagoano sabe disto. Trata-se de mais um caso de assassinatos atribuídos aos “justiceiros”, assassinos profissionais, as vezes policiais e outras não, que recebem dinheiro de comerciantes para “limpar” a área.
Na semana passada um encontro entre o procurador-geral de Justiça, Eduardo Tavares, e os secretários municipais de Assistência Social, Francisco Araújo Filho, e de Direitos Humanos, Segurança Comunitária e Cidadania, Pedro Montenegro definiu que o Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc) será designado para participar das investigações, sobre as mortes de moradores de rua, ao lado do Núcleo de Direitos Humanos
Até a reunião do MP eram contabilizados nove casos, este fim de semana o morador de rua Adriano Vieira da Silva, de aproximadamente 20 anos, foi morto com um tiro no momento em que estava num ponto de ônibus na Rua Barão de Atalaia, no Centro em plena tarde de domingo.
Momentos antes ele tinha discutido com o gerente de uma loja no Centro, conforme relatou uma testemunha ao Cadaminuto.
A contratação de vigilantes ( na sua maioria policiais), e as vezes a contribuição financeira para as próprias patrulhas são métodos corriqueiros para vários comerciantes que vêem seus estabelecimentos serem assaltados reiteradamente.
“Vários destes comerciantes resolveram ir mais além, mas ao contratar estes grupos, eles acabam ficando reféns de outros criminosos, sei de casos de lojas que deixaram de contribuir ou não quiseram entrar no esquema e logo depois foram assaltadas” explicou um dos lojistas, que relatou o acontecido ao Cadaminuto.
O secretário Pedro Montenegro foi claro sobre a situação durante a reunião com Eduardo Tavares.
"Diante dos seguidos casos deste tipo de violência e do fato dos ataques sistêmicos contra esta população de rua apresentarem indícios característicos de participação de grupos criminosos organizados, solicitamos providências para deter e punir os envolvidos nesses crimes”, finalizou.