Após reunião com 50 comandantes de batalhões e Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), o comandante-geral da Polícia Militar do Rio de Janeiro, coronel Mario Sérgio Duarte, anunciou nesta quinta-feira que todas as operações de grande porte, como as de recuperação de áreas tomadas por traficantes e contra o tráfico de drogas e armas, terão que ser reportadas e autorizadas por ele. Conforme o militar, a responsabilidade ficava, antes, a cargo de comandos intermediários da corporação.
Na sexta-feira, uma ação da PM resultou na morte do menino Wesley, 11 anos, que estudava no Centro Integrado de Educação Profissionalizante (Ciep) Rubens Gomes, em Costa Barros, na zona norte. Ele foi atingido por uma bala perdida no momento em que a sala de aula estava repleta de estudantes.
No momento em que o estudante foi baleado, policiais militares trocavam tiros com bandidos que, de acordo com testemunhas, seriam do Morro da Pedreira. Segundo o comandante da PM, a ação envolvia mais de 100 PMs de mais de um batalhão.
O coronel classificou a participação da polícia como "extremamente negativa" no caso da morte do estudante. Segundo ele, a partir de agora, as operações passarão por sua avaliação antes de serem autorizadas.
Revisão no treinamento
O coronel anunciou ainda a revisão do treinamento dos homens que participam de abordagens nas ruas. "Vamos reorientar os policiais", afirmou. Na madrugada de terça-feira, dois PMs deixaram seguir o veículo que atropelou e matou Rafael Mascarenhas, filho da atriz Cissa Guimarães.
Na quarta-feira, a PM divulgou uma nota em que diz que "os policiais realizaram revista pessoal no motorista, que não aparentava nervosismo e, em um horário de baixa luminosidade, não identificaram no carro preto qualquer indício de crime". A nota foi classificada pelo coronel Duarte como "precipitada" e com erros, já que havia indícios "claros" de que o veículo tinha se envolvido em algum acidente.