As secretárias de turismo do estado e do município em entrevista conjunta declaram que as cidades turísticas de Alagoas não foram afetadas pela tragédia e que Alagoas está aberta ao turismo, ignorando de uma maneira inequívoca a real importância do inventário histórico e turístico de Palmares e do Parque Memorial Quilombo dos Palmares, ao tempo que conclamam os/as turistas a virem ao estado, pois “ os turistas que desejam viajar a Maceió ou qualquer outro destino turístico dos litorais Norte e Sul do Estado não precisam cancelar a viagem de férias, porque os municípios turísticos não foram afetados".
União dos Palmares traz a memória coletiva de cidade ícone da resistência negra do Brasil para o mundo da história.É a cidade do turismop etnico-cultural-afro.
Palmares traz a simbologia da liberdade humana e mesmo afogada pelas águas invernosas, Palmares é um roteiro investigativo de cantos e encantos diversos. É o encontro de culturas que pode ser considerado como ponto de partida para novos olhares e novas formas de “conhecer” Alagoas.
Palmares é a capital do maior e mais longo quilombo da história das Américas.
Os não-diálogos, a invisibilidade da história negra em Alagoas, nos leva a refletir sobre os hiatos que sobem a Serra e desembocam no ostracismo sócio-institucional.
Alagoas turística é muito mais do que sol e mar. O turismo étnico em Alagoas ainda é um turismo marginal,subjugado pelo olhar universal e eurocêntrico.
É preciso que haja um esforço concentrando para ampliar a visão ainda unilateral do que é fazer turismo em Alagoas. Investir em ações voltadas para uma nova cartografia turística que “venda’ o espaço étnico-afro que marcou profundamente a história do conceito de liberdade como bussola do não- apartheid.
O Parque Memorial Quilombo dos Palmares,inaugurado em novembro de 2007, na Serra da Barriga, ainda pode se tornar um pólo do turismo étnico na região Nordeste.
Já não é hora de explorar as potencialidades produtivas do segmento étnico-afro?
Já não é hora de investir criteriosamente no Projeto Região dos Quilombos?
O reconhecimento do território étnico como possibilidade turística é apenas o primeiro passo no processo da abertura das portas do território alagoano para o mundo.
Para todo mundo!