O município de Viçosa fica localizado a 86 quilômetros da capital do estado de Alagoas, Maceió, as margens do Rio Paraíba e faz parte da região serrana dos quilombos, na zona da mata alagoana. Em Viçosa Zumbi morreu.
Viçosa, atualmente possui duas comunidades de remanescentes de quilombo. São elas Sabalangá e Gurgumba que foram auto-identificadas em 17 de novembro de 2009, pela Fundação Cultural Palmares/Ministério da Cultura.
Ser remanescente é ser bem mais do que um lugar. É a soma das possibilidades étnico-sociais que agregam pessoas em torno do pertencimento histórico, reproduzindo a continuidade da história atemporal. É um lugar de transição das correntes fustigando pés para a liberdade explodindo no tracejar dos passos.
A auto-identificação de Sabalangá e Gurgumba demarcou, simbolicamente, os terrenos existenciais para os quilombolas viçosenses, é o registro é a “prova” da existência, da quebra de isolamento histórico.
Nos últimos dias as águas caídas, na terra das lagoas, que deveriam molhar de esperança a secura do solo/seca nordestina afogaram com voracidade os espaços de vivência de milhares de pessoas, isolando-as de seus territórios de construção emocional/material.
Eu que já não tinha nada- diz uma senhora em lágrimas - perdi tudo. Numa controvérsia de sentimentos.
As pontes que dão acesso as Comunidades de Sabalangá e Gurgumba caíram. Os quilombos estão isolados. O prefeito de Viçosa, Flaubert Filho, diz: “Sozinho eu não tenho como recuperar a cidade. Preciso de ajuda do governo Estadual e Federal. A burocracia do governo federal impossibilita atender a demanda de desabrigados. Acumulei desabrigados do ano passado, que continuam no Estádio Teotônio Vilela. Entreguei 63 casas ano passado, mas foram construídas com recursos próprios. Em um ano e meio de gestão eu já presenciei duas enchentes em meio a uma crise financeira. Não é fácil”, afirmou.
A prefeita da cidade de Branquinha chora ao falar da cidade que-um dia estava lá e hoje, simplesmente desapareceu. Branquinha acabou!
Localizada na microrregião da Mata Alagoana, a 55 km da capital alagoana, Branquinha tem um histórico de enchentes e reconstrução. A cidade já foi destruída e reconstruída algumas vezes. A primeira grande enchente aconteceu em 1949 quando o rio Mundaú inundou parcialmente a prefeitura e inúmeros documentos e informações sobre a história da cidade foram destruídos.
Milhares de pessoas das cidades como Branquinha, Quebrangulo,Atalaia, Santana do Mundaú, Joaquim Gomes, São José da Laje, União dos Palmares, São Luiz do Quitunde, Matriz do Camaragibe, Jundiá, Jacuípe, Paulo Jacinto, Capela, Cajueiro, Viçosa, Rio Largo e Murici estão agasalhadas sobre o guarda-chuva da ajuda comunitária.
É hora sim, para sermos solidário-solidárias. Creio que cada um/cada uma de nós pode contribuir, com alimentos não perecíveis, água potável, roupas, medicamentos, cobertores, material de higiene pessoal, doações de caráter emergencial, para mitigar o sofrimento de milhares de pessoas.
Se 50% dos 192.304.735 habitantes do Brasil depositar um real R$ 1,00, nas contas da Caixa Econômica Federal: Agência: 2735 /Operação: 006/ nº da conta : 955-6/Nome: Corpo de Bombeiros Militar; Banco do Brasil: Banco do Brasil - C/C 5241-8 / Agência 3557-2 , já teremos uma ajuda considerável.
A vida nas cidades alagoanas segue em estado de emergência e pede socorro.
Socorra!